sábado, 10 de outubro de 2009

DE LATIDOS À PALAVRAS


Se tem uma coisa que deixa a Lua nervosa é ela latir e ninguém entender! Os humanos são complicados entre eles mesmos, muitos falam e ninguém entende nada. Imagine se eles vão entender o que os cães latem ou o que quer dizer um miado? Nunca. Cachorro late do outro lado da cidade e todos os demais entendem. A grande maioria dos humanos não é interessada em comunicação homem com cão, pelo menos é o que parece. Porém, existem alguns humanos muito bem intencionados e preocupados com a comunicação entre animal e humano. Tem sim!

A Pipoca ficou encarregada de convocar no condomínio todos os cachorros para uma reunião extraordinária. Ordens da Lua! Assim fez e assim foi. Como os donos não deixariam os caninos saírem foi preciso montar um esquema de latidos informadores. Assim: a Lua latia pra cima e os demais iam repassando para os outros mais próximos. E estes mandariam as informações para os demais, até que todos tivessem recebido a mensagem. Um protótipo animal de satélite. Alta tecãonologia. usada para um momento histórico.

A Lua, em cima da máquina de lavar para poder ser vista pelos outros cachorros das demais áreas de serviço começou a explicar que logo todos os cachorros falariam com os humanos. A remessa das mensagens para os outros animais foi ficando cada vez mais intensa. O assunto era entusiasmante. Contudo, alguns não acreditaram.

- Como assim? Não acredito! disse Xinxila, o pequinês amiguinho da Lua do apartamento 25.

- É verdade Xinxila! Pesquisadores japoneses lançaram uma maneira de promover o diálogo entre os humanos e os cachorros. Como? Com um tradutor de latidos. A engenhoca recebeu o nome de Bowlingual Voice. Pode parecer coisa de desenho animado, aquele onde humanos e cachorros se falam. Na verdade trata-se de um aparelho que analisa a acústica dos sons emitidos pelo cão e os traduzem para palavras. O aparelho é produzido por uma empresa chamada Takara Tomy e detecta seis emoções diferentes, sendo as mais importantes a tristeza, a alegria e a frustração. E também associa sentimentos a frases como “brinque comigo”. O aparelho deve custar em torno de US$ 200 e será vendido no Japão ainda no ano de 2009.

- De onde você tirou tantas informações Lua? questionou Zeus, o fox paulistinha do 16.

- Ora! Eu sou uma grande pesquisadora, disse a branquinha, escondendo a “cola” debaixo da pata.

- Que mais tem sobre isso? perguntou Jujuba, a co-irmã da Lua em assuntos culinários.

- Por enquanto é só isso que vou falar. Mais tarde, num outro dia, falo mais. Agora estou cansadíssima! resmungou Lua que não admitia seu desconhecimento sobre o assunto, e se apavorou pela quantidade de perguntam que lhes faziam. Deixou todos muito curiosos.

Temerosa de abalar a sua imagem de pesquisadora canina lançou-se na tarefa de fuçar mais sobre o assunto. Começou folheando os jornais que vão servir para forrar o chão onde os cachorros todos fazem xixi. Enfiou-se na caixa de papelão e foi jogando todas as folhas pro alto. Uma bagunça enorme, mas que o papai, logo depois, arrumaria. Os pais são ótimos e arrumam todas as badernas que os cães fazem. Resmungam, gritam, esperneiam, mas arrumam. - E não entendem quando a gente pede desculpas! - resmungou a Lua.

- Se pelo menos eu pudesse pedir ajuda pra mamãe! suspirou a cadelinha.

Num momento de sorte encontrou num jornal a matéria sobre o assunto. Imediatamente chamou a Pipoca e ordenou – isso mesmo!!! ordenou – que ela convocasse nova reunião extraordinária.

- Mas Lua ... o pessoal acabou de desmanchar a rede do satélite canino! reclamou Pipoca.

- Nem quero saber! Isto é muuuuito importante! Vamos! Vamos! – disse Lua.

- Por que não falou naquela hora, Lua? – perguntou Jujuba que estava espreitando a branquinha e sabia que ela apenas tomara conhecimento das novidades depois de procurar nos jornais velhos.

- Porque eu não queria! Só isso! Nada além disso! – resmungou a cadelinha.

- Pipoca suspirou fundo e saiu em convocação da extra-extraordinária assembléia. Porém, ao contrário do que pensava, os amigos caninos correram para seus postos de retransmissão. Estavam excitadíssimos sobre o assunto.

- Caros amigos! Vou tirar as dúvidas de todos. O aparelho contém um microfone a ser colocado no pescoço do cachorro e um dispositivo que fica com seu dono.

Esse foi um ponto que a Lua não gostou. Ficou pensando como ficaria ridícula com a engenhoca em torno do seu lindo pescocinho branco. Amassaria seu laço de cetim. Além do mais, é bem possível que o Pingo fizesse piada disso. Já podia antever o cachorro amarelo rindo dela e gritando:

- Pamonha, pamonha, pamoooooonhaaaaaa!

Justamente para ela que só se interessa por pão de queijo! Ainda se fosse uma pamonha de queijo ralado, tipo parmesão!!!É! Mico puro e certo. Mesmo assim, continuou a contar como funciona o tradutor de auaus.

- Toda vez que o cachorro latir, o microfone grava o ruído e manda a informação para o dispositivo que está com o dono. Daí acontece a tradução do que o cão disse! E essa gravação acontece inclusive quando o dono estiver ausente. O primeiro aparelho que tentou traduzir os desejos caninos foi feito em 2002, no Japão, e apenas apontava, numa tela, as possibilidades de interpretação dos desejos caninos. Vendeu mais de 300 mil unidades.

- Quem quiser ver uma demonstração, disse a Lua, anote o link:

http://www.youtube.com/watch?v=ummUCShK_Wk

A movimentação canina foi imensa. Todos latindo ao mesmo tempo, afinal, falar com os humanos e ser entendido parecia o fim de um pesadelo. Alguns deles iriam saber – na verdade – o que seus cães pensam e sentem sobre os tratamentos que recebem. Fritz, o pastor belga do 36 já estava montando sua rede de contatos que seria o conselho de uma futura entidade de defesa da palavra do cão. Ele, o Fritz, seria o delegado. Outros grupos surgiram na hora, inclusive o dos defensores da abolição dos banhos.

Lulu ficou encantada ante a possibilidade de ser entendida pelo entregador de pizza delivery. Imagine ela acionando o cãolular, sendo atendida e pedindo dezenas de pizzas de carne moída?

Já a Lua pensou naquelas entregas especiais de salgadinhos.

- MARAVILHA!!!! Pão de queijo o dia todo, salivou a branquinha.

Aí o cãolular da Lua tocou: AUUUUU, AUUUUU.

- Aulô, diz Lua. Quem é?

- Sofia, Lua.

- Sofia?

- Sim, a cadela do Alexandre Rossi, aquele zootecnista que vive entre os bichos, conhecido como Dr.Pet.

- Sei sim. Assisto sempre ao programa onde ele ensina coisas pros humanos. Meus pais não faltam. Eu assisto junto pra vigiar se eles estão prestando atenção! Como vai você?

- Bem. Olhe, eu liguei porque estou sabendo do seu interesse entre essa tal de comunicação entre humanos e cães e ...

- Como é que você soube disso? perguntou a desconfiada Lua.

- Lua! Eu sou associada do satélite canino e entre cães não há segredos!.

- Isso é! ponderou a branquinha.

- Pois então. Acontece que o meu dono, o Alexandre, se comunica comigo. Nós batemos loooongos papos. Ele me entende! disse Sofia.

- É? disse a Lua, desconfiada de aquela canina tivesse querendo se mostrar. Não deixaria. Nunca. Pelos deuses dos pães de queijo, lutaria até o fim!!!

- Mas é verdade sim. O Alexandre (Rossi) fez um trabalho fantástico comigo, explicou Sofia. - Fui adotada por ele, que me encontrou abandonada na rua, ainda filhote (hoje tenho 7 anos) e começou um estudo para provar a capacidade do cachorro de se comunicar com o homem por meio de gestos. Montou um painel que “fala” frases assim: “estou com fome” ou “quero fazer xixi”. Aí eu aprendi a apertar a tecla do painel quando quero aquela coisa. Não precisamos de nenhum japonês para nos traduzir! Vamos no velho e bom idioma português.

- Que maravilha, exclamou a Lua. Imagine só euzinha no meu painel com muitas teclas onde conste a mensagem: QUERO PÃO DE QUEIJO AGORA.

De nada adiantou a Sofia argumentar que cachorro só pode comer ração! Lua já estava resolvida a fabricar seu painel. Dissolveu a assembléia e começou a procurar o material necessário para montar seu pãoinel de pão de queijo!

Marly Spacachieri
transcrito@yahoo.com.br
Fonte de pesquisa: O Estábulo de São Paulo – Centro Acadêmico Moacyr Rossi Nilsson – FMVZ/USP – agosto de 2009.

sábado, 3 de outubro de 2009

A LUA SÓ ANDA
NA RUA
DE COLEIRA E GUIA
Especialmente dedicado a Tia Cris que lá de Paris vai comer pães de queijo sentindo muita saudades da Lua! É sim!!!

A Lua é muito interessada em coisas da ciência. Ela entra na biblioteca da sua mãe e fuça tudo o que pode. Outro dia achou em cima da mesa um artigo de uma revista que trazia um cachorro na fotografia.

- Isso é muuuuito auspicioso, pensou a Lua.

Sentou-se sobre as patas trazeiras, ajustou a cortina com o focinho para que a luz entrasse e começou a fuçar. Era a história de um cachorrinho que se perdeu dos donos e que voltou porque conseguiu, sozinho, encontrar a casa.

- Grande coisa! Eu acho os meus brinquedos em qualquer lugar! resmungou a Lua.

Mas o que a Lua não sabia é que os cachorros tem receptores olfativos (farejadores, na linguagem caninês) 40 vezes mais potentes que o dos seres humanos.

- Por isso acho 40 pães de queijo quando a mamãe só acha um, riu a branquinha

Na verdade, isso explica como os cães acham pessoas desaparecidas depois de alguns dias. Eles conseguem identificar cheiros de rios, árvores e até de jardins da região onde mora.

- O vento leva esses cheiros, o cachorro capta-os e segue em busca do lugar perdido, disse a revista que a Lua lia.

Revista fala? Bom, naquela biblioteca tudo podia acontecer e ganhar vida. Se uma cadela fazia pesquisas .... nada mais espantava!

- Mas com tanto cheiro ruim? questionou a Lua pra revista.

- Tem razão, Lua, respondeu uma das páginas. A poluição, que você chama de cheiro ruim, está causando complicações de entendimento nos focinhos caninos.

- Mas por que os cachorros fogem? Eles não gostam de suas casinhas? perguntou o Batatinha, um cão de pelúcia que fica em cima do armário.

- Eles fogem para tentar perpetuar a espécie, disse a revista. E por isso os machos fogem mais que as fêmeas. E a maioria dos que se perdem jamais retornam.

- E os humanos não fazem nada? perguntou a Lua

- Alguns tentam, mas os cachorros são sapecas. Um dos humanos montou uma página na internet http://www.caesperdidos.com.br/ para anunciar os cães desaparecidos, porém, muitas pessoas não ligam muito para cachorros que aparecem, que estão perdidos e com medo. Tem dono que nem liga.

- Tadinhos, choramingou a Lua. – Se eu sair de perto, minha mãe tem um ataque e meu pai fica maluco. Eles me adoram ... quer dizer ... eles adoram todos nós.... e todos os cachorros do mundo. Inclusive um gorducho chamado Bim. HUNF!

A revista sugeriu que as pessoas treinem seus animais para que possam, caso se percam, retornar para suas casas. A Lua correu pro quadro negro que está preso atrás da porta e de giz em pata começou a escrever em caninês. Os proprietários devem:
- caminhar com seu animal diariamente pelo bairro;
- chamar a atenção do cachorro para placas, estabelecimentos e semáforos;
- estimular o faro canino colocando petiscos escondidos pela casa;
- evitar cheiros fortes, principalmente de produtos de limpeza;
- alternar os caminhos dos passeios, mudar os horários e as frequências dos passeios;
- ir o mais longe possível nesses passeios.

- Puxa, quanta coisa, disse a Lua. – Vou ter que pedir pra minha mãe anotar tudo e colocar no meu blog.

- Mais uma coisa, disse a revista, - Quando o faro falha, os animais usam a audição. Eles ouvem a quilômetros de distância.

- Então os cachorros tem GPS? questionou o Batatinha.

- Pode-se dizer que sim, respondeu a revista. Mas, é preciso cooperar evitando poluir o ar. O faro é importantíssimo.

- Faro? É claro, diz a Lua farejando pra cima. – Estou farejando .....farejando ..... noooossaaaaaaa ...

- O que é, perguntaram a revista e o Batatinha.

- Pães de queijo no porta-mala do carro do papai que está entrando na marginal Pinheiros agora.

- Mas aqui é Taboão da Serra!!!!! falou Batatinha.

- GPSPQ, respondeu a Lua.

- Que é isso? perguntou a revista.

- GPS do Pão de Queijo, respondeu a cadelinha, lambendo o focinho. Tchau, genteeeeeee. Vou esperar meu papai atrás da porta. Aí ele entra e eu .... zás .... cato todos os pães de queijo.
Autoria: Marly Spacachieri
Outubro/2009
transcrito@yahoo.com.br

sábado, 5 de setembro de 2009



ARREGANHANDO
FOCINHO



... E MOSTRANDO OS DENTES






A Chica não pode ver um espelho que logo arreganha o focinho para ver como estão os seus dentes. Vaidosa como ela só, Chica consulta a cada seis meses o seu veterinário dentista. Isso porque a saúde bucal dos animais é tão importante quanto a dos humanos. Chica aprendeu que restos de alimentos e bactérias acumulam-se na superfície dentária formando a famigerada placa bacteriana e o tal tártaro (aquela pedra amarelada). Aí vem o mau hálito. Chica ficou assim. E foi piorando a cada dia até chegar no médico. O estado dos dentes dela era precário e tinha muitos tártaros. A gengiva estava doente. Foi preciso fazer uma raspagem profunda e até mesmo retirar alguns dentes que não tinham condições de tratamento. A Chica ficou preocupada com duas coisas: como poderia comer suas rações já que perdera muitos dentes e como ficaria seu sorriso irresistível? Nada mudou. A Chica, depois da recuperação da cirurgia, voltou a comer e a sorrir. Não tem mais aquele bafo horroroso, pode morder seus biscoitos especiais para cachorros e sorrir para o Pingo todas as vezes que o vê. Depois disso não descuida da saúde bucal.

A Lua, que ainda é muito jovem, quis saber mais sobre isso. Foi ao veterinário e começou a série de perguntas que só ela sabe fazer. O doutor, munido de toda paciência do mundo, respondeu. Vamos transcrever essa entrevista:

LUA: Doutor Knino, como os donos dos cachorros podem fazer para manter uma saúde bucal no seu animal? Ih! Rimou! Sou poetisa canina? Hum!!!!

DR.KNINO:
É preciso começar cedo, ou seja, limpar os dentes do animal logo no início de sua vida. Fazer desse hábito um prazer para o cachorrinho. Os adultos também podem começar. Nunca é tarde.

LUA
Prazer? Como é que raspar dentes pode ser prazer? Sei não! Cachorro é bicho desconfiado e enfiar uma escova de dente na boca canina .... gera mordidas na mão, isso sim!

DR.KNINO
Não Lua. É preciso acostumar o animal, mas sempre sem machucá-lo. Se ele for filhote, acostumar a aceitar carinhos em torno do focinho. Fazer isso sempre e dar a ele recompensas pelo bom corportamento. Um passeio na rua ou mesmo um biscoitinho para cães ajudam muito. Somente após ele aceitar esse afago no focinho é que se pode começar a higienização.

LUA
Hum! Pode ser pão de queijo? Eu não gosto de biscoitinhos para cachorros!

DR.KNINO
Não, Lua. Tem que ser produtos especializados e adequados para cães. Nada de pão de queijo!

LUA
Não gostei. Nadica de nada. Mas ... vamos lá, né?

DR.KNINO
Esse treino do filhote para receber a limpeza dos dentes pode ser feito também para o cão adulto, porém, se ele já estiver com tártaros é preciso que um médico veterinário especialista faça a raspagem das pedras e torne os dentes limpos. Só depois disso é que o dono do peludo pode partir para a higienização diária.

LUA
Será que dói?

DR.KNINO
Não Lua. Todo o tratamento feito pelo médico é com o cão sedado.

LUA
O que é sedado?

DR.KNINO
Dormindo sob o efeito de anestesia.

LUA
Ah! Assim dá! Queria ver alguém abrir o focinho do Pingo! Nem por sonho! Mas, vamos em frente. Depois que o cachorro está com os dentes limpos das pedrinhas e pedronas que o médico dentista veterinário tirou, aí o cachorro come um pão de queijo e ...

DR.KNINO
Nada de pão de queijo, Lua. Nada! O cachorro só pode comer ração e petiscos especialmente feitos para eles. Nada de pão de queijo.

LUA
HUNF! Tá certo ... depois que o cão come um biscoitinho de queijo .... de cachorro .... o que acontece?

DR.KNINO
Após as refeições e com os dentes e gengivas tratados, o cachorro já deve estar familiarizado com os afagos em seu focinho. Só após essa etapa é que o dono do canino deve enrolar um lenço ou uma gaze em seu dedo indicador e massagear os dentes e a gengiva. Entendeu?

LUA
Sim senhor. E oque faz o senhor achar que nós, os cachorros, gostamos disso?

DR.KNINO
Todo carinho é gostoso, Lua. Se o dono do peludo for carinhoso, recompensar com carinhos, petiscos – de cachorro – e passeios, o cachorro vai adorar esse jogo. Além do mais, quem não gosta de massagem? Tem coisa mais gostosa?

LUA
Pão de queijo, mas ... E aí? O que acontece?

DR.KNINO
Habituando o cachorro ao contato bucal com o lenço ou a gaze, pode-se passar para a escova de dente. Tem que ser uma de cerdas ultra macias, como a das crianças.

LUA
Alto lá! Com assim? Escova de dente? Não vai dar certo! Não mesmo! O Pingo vai morder a escova toda. Ele come até a vassoura, que dirá a escovinha dentes!

DR.KNINO
Por isso é preciso que o Pingo aprenda que a massagem é gostosa. Dessa forma, ele pouco resistirá a escova de dentes. Além disso, a pasta dentária tem que ser veterinária, que é apropriada e tem sabor agradável.

LUA
Tem com sabor de pão de queijo?

DR.KNINO
Creio que não, mas se a idéia for boa, quem sabe não fabricam uma?

LUA
Idéia boa? É essencial, doutor. Essencial! Pão de queijo em pasta é tuuuudo de bom. Aí a gente passa pelo dente e ... hummmmm ....

DR.KANINO
Voltemos, Lua. Lembre-se que a pasta de dente humana faz mal ao cachorro. Nem mesmo as infantis. O animal não faz enxágue e engole a pasta. Por isso o produto tem que ser veterinário. O dono do cachorro precisa ser cuidadoso e ter paciência. Nos primeiros dias de escovação, ela só deverá acontecer nos dentes da frente. Fazer movimentos circulares e depois, da gengiva para a ponta dos dentes. Quando o peludo estiver acostumado a isso, passar a escovar os dentes posteriores, mas sempre com movimentos circulares.

LUA
Dentes frontais e dentes posteriores ... todos eles esfregados circularmente com pasta de pão de queijo. Maravilhoso!

DR.KNINO
Creme dental canino, Lua! Nada de pasta de pão de queijo!

LUA
HUNF!

DR.KANINO
Somente após o cachorro aceitar essa escovação é que se pode tentar escovar os dentes pelo lado da língua. Mas, se ele não quiser, o dono deve ter paciência e ir ganhando a confiança dele. Jamais o repreender e, ao contrário, retribuir o bom comportamento com muito carinho e biscoitinhos caninos.

LUA
Quantas vezes tem que limpar os dentes?

DR.KNINO
Pelo menos uma vez ao dia. Se puder ser após cada refeição, melhor.

LUA
Eu vou deixar meu dono limpar meus dentes todos, o tempo todo, desde que seja com pasta dentrifícia sabor pão de queijo. Pode ser aroma mussarela, parmesão e até o queijo prato. Gorgonzola não. É muito fedido. Vou deixar sim. Até a escova ele vai poder passar.

DR.KNINO
Certo, Lua. O importante é saber que o mau hálito é sinal que há algo errado na boca. E quando o dente dói, o cachorro sofre muito. Estudos mostram que 85% dos cães e gatos sofrem de algum tipo de problema dentário.

LUA
Dr.Knino, tem alguma forma de minimizar a formação dos tais tártaros? (Viu como eu falo difícil! “Minimizar” eu aprendi com a minha dona, que sempre quer minimizar os tais “gastos com as compras dos supermercados”. Que será isso, hein? Menos pães de queijo!).

DR.KNINO
Tem sim. A ração seca auxilia no controle da formação da placa bacteriana. As tiras de couro, especiais para animais, ajudam a manter a limpeza feita diariamente. O cachorro deve receber uma delas por dia. Mordedores, bolinhas e brinquedos especiais também ajudam. Mas nada disso funciona sem o olhar atento do dono e da avaliação periódica do médico veterinário.

LUA
Certo, doutor. Só mais uma coisinha.

DR.KNINO
Sim, Lua. Qual a sua dúvida?

LUA
Onde eu encontro a pasta de dente canina?

DR.KNINO
Em pet shop especializados em cães.

LUA
E para onde eu lato reclamando que não tem pasta de dente canina com sabor de pão de queijo?

DR.KNINO
Lua, tenha dó. Não serve sabor carne?

LUA
Não. Quero pão de queijo. Sem isso ... fecho a boca! HUNF.

Texto: Marly Spacachieri
Pesquisa: ABOV – Associação Brasileira de Odontologia Veterinária

sábado, 22 de agosto de 2009

CASO MUUUUITO SÉRIO

A Lua pede a todos que vejam este vídeo.
http://www.youtube.com/watch?v=2DR6XqBKkSM

Vale a pena



O CASO DA CEBOLA

Esta história,contada pela nossa Jujuba, uma cadela doce, foi inspirada num cachorrinho muito especial chamado Falafel*, pertencente a Mara Kanczuk. Ele sabe porquê!

Juão sempre teve uma preocupação com nomes, mais precisamente com os originais, aqueles que podem ser interpretados. Trauma do seu? Talvez! Juão se ressentia - e muito - desse "u" indevido, fruto da má vontade do escrivão que não orientou seu pai na hora do registro civil. O de sua irmã era sim um nome bonito e diferente! Madeusa soara poético até se saber que havia sido tirado dos carimbos existentes nas caixas das quinquilharias que o chefe do pai recebia do estrangeiro: Made in Usa! O irmão de Juão, esse sim, tinha um nome bonito: Raiuvaque, que os amigos chamavam de Raiú.

Foi nesse clima de letras que Juão cresceu e se firmou. Aprendeu que primeiro é preciso saber o nome e depois conhecer a pessoa. Namorou algumas garotas, mas não conseguia ficar com nenhuma. Era só perguntarem o nome dele para o romance acabar. Os amigos, sabedores da encrenca, procuravam por meninas de nomes exóticos para que Juão pudesse namorar. Nada. O máximo que acontecia era uma junção de nomes de pai com a mãe. Foi o caso da Pedélia, cujo pai chamava-se Pedro e a mãe, Adélia. Juão ficou com coceiras só de pensar, mas os amigos argumentaram que podiam ter uma filha que se chamaria Julia, Juão com Pedélia. Não adiantou.

Quando Felipe, seu amigo mais próximo, deu-lhe um cachorro de presente, batizou-o como Palmito. Palmito? Sim! E ponto final, que o cachorro é dele.... Palmito veio para transformar a vida de Juão, pois através dele conheceu Ricaura e a Alface.

- Quem? Ricaura? Meu Santo Deus...! - gritaram os amigos.

Sim, Ricaura, filha do Sr.Ricarmárcio e Dona Marilaura. Irmã de Marimárcia e do Marciomar. Uma família de peso no nome e, de tal jeito que Juão ficou com medo de ser diferente só por ter um único "u" no nome. E se Ricaura não achasse o nome dele charmoso? Bem que poderia ter um nome como daqueles antigos e que estão registrados no cartório? Lembrou-se do Sr.Colapso Cardíaco da Silva, da Dona Graciosa Rodela, do Calendário Gregoriano da Costa ... e outros tantos. Contudo Ricaura mostrou-se avessa aos preconceitos e apaixonou-se pelo Juão.

E o Palmito pela Alface, uma cadelinha linda, novinha e fofa.

Os humanos casaram-se. No primeiro ano veio a primeira filha: Jurica, sem acento mesmo! Apelidada de Juju, tornou-se a luz da vida do casal. No segundo ano veio o filho: Ricão. E no terceiro ano, finalmente Alface deu a luz para 4 filhotes, todos a cara do pai e o pêlo da mãe. Exultante com o aumento da família, Juão procurou os amigos para juntos comemorarem.
E cerveja desce... sai prato de batatas fritas... pede uma lingüiça no capricho... risos... até que alguém se lembrou de perguntar os nomes dos filhotes. Juão perdeu o sorriso e pousando a cerveja na mesa olhou para todos - lágrimas nos olhos. Todos aflitos pensando em desgraças.... Juão respirando fundo, fungando mesmo. Puxa vida! Coisa brava vem aí... tragédia... serão defeituosos? Serão feios? Ora! E tem cachorro feio? Imagine! Morreu algum? Não! Ué? Pediu-se um gim que Juão jogou goela abaixo. Parado, fitando o nada, olhos envesgando para a ponta do nariz e a turma nervosa. Música do rádio abaixada! Copos sendo apertados... De repente um grita:

- Desembucha, desgraçado!
Juão tenta falar entre soluços. Acalma-se

- Palmito é como se fosse meu filho. Alface é a melhor cadela que ele poderia querer. E a cria foi linda, mas nasceram só 4 machos e nenhuma fêmea.

Um grito de "mas que bobagem..." saiu da boca de Felipe.
E uma confusão se formou. Todos queriam ver a tragédia que Juão falara, mas cadê a danada? Juão, nervoso com os amigos, levantou-se jogou o dinheiro sobre a mesa ao mesmo tempo que berrou:

- Ignorantes! Eu não posso ficar num bando de ignorantes! - Saiu em seguida, deixando todos espantadíssimos.

Felipe seguiu e foi encontrá-lo sentado na praça.

- Mas o que está havendo? Que diabos deu em você? - perguntou Felipe.
- Você não entendeu? - disse Juão.
- Claro que não - disse Felipe - há algo pra ser entendido?
- Pôxa! É tudo tão simples, tão claro! Veja você: Palmito e Alface tiveram 4 filhotes que batizamos de Vinagre, Sal, Óleo e Orégano.
- E daí? - pergunta Felipe.
- E daí? Não nasceu a Cebola! Você já viu Palmito, Alface, Vinagre, Sal, Óleo e Orégano sem Cebola? Viu? Não! E nem vai ter! O veterinário fez a tal esterilização na Alface. Nunca mais vamos poder ter a Cebola! Nunca mais!

* FALAFEL (pronuncia-se Faláfel) é o nome de um sanduíche árabe feito no pão sírio com humos, tehina, berinjela, tomate, pepino, repolho, batata frita, bolinhos de grão-de-bico com ervas e CEBOLA! Sem a cebola não é Falafel, certo?

sábado, 8 de agosto de 2009


COF
COF
COF.......

A Lua não fuma, porém, algumas pessoas querem que ela fume.


Pode isso?
Como é isso?
O que é isso?


A Lua sempre lê jornais. Um deles trouxe uma matéria sobre uma pesquisa feita pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, o famoso HOVET, de onde a Lua tem carteirinha de frequentadora assídua por conta das peraltices que faz. Essa pesquisa foi feita visando entender até que ponto o tabaco utilizado pelos proprietários de animais em seus cigarros causam danos nos seres de quatro patas. A Lua ficou interessada porque tem algumas amigas e amigos cujos tutores fumam.

- Ah! Eu bem que desconfiava que isso é errado, disse Lua para o jornal.

Ele respondeu por escrito, como é próprio dos jornais.

Lua foi lendo e aprendendo que existem cachorros, cujos tutores fumam, que sofrem de um tipo de tosse de fumante. Pode isso? Cachorro não fuma. Gato não fuma. Então ...???? Disse um dos pesquisadores que a equipe do Hovet começou a perceber que muitos cães com tosse tinham donos fumantes. A dra.Denise Saretta Schwartz, que já atendeu a Lua e seus irmãos, diz que esses animais ficam mais expostos à terem tosses de fumante passivo.
- Pelos pães de queijo sagrados!!!! gritou a Lua

Lua ficou preocupadíssima. A Jade, aquela sua vizinha gata manhosa, vive num ambiente assim. Precisava conversar com ela, portanto, melhor seria se entendesse mais do assunto. Tomou conhecimento que os cães tornam-se fumantes passivos e, com isso, podem desenvolver bronquites, asma, crise alérgica e câncer no pulmão. Este último é fatal em 100% dos casos.

- Creeeeedo, disse a Lua.

Decidiu subir num banquinho, porque ela é pequenina, e chamar todos os focinhos da região para uma assembléia. Foram chegando os cachorros grandes, médios e os pequenos, os gatos, os passarinhos e até bichos que ela não conhecia. Resolveram ficar perto do aquário para que os peixes pudessem participar.

Lua contou tudo o que leu. Os bichos ficaram apavorados. Uns pensaram em fazer xixi nos maços de cigarros, mas os donos comprariam outros e o bicho pagaria a culpa. E se enterrassem?, sugeriram os gatos. Os donos comprariam outros. Que inferno! O melhor seria fazer xixi na carteira de dinheiro do dono e enterrá-la! Nem isso! Os humanos têm cartões de crédito e cheques. Sem saída!

Lua explicou que basta um cigarrinho à-toa para estragar o sistema respiratório animal. Não tem cura. Que coisa!

Um gato persa, rico, daqueles que comem salmão, voltou de viagem do Estados Unidos. Lá é proibido fumar nos zoológicos. Tem alguns estados que proibem cigarros acesos em parques, praças e jardins, tudo visando proteger a vida animal desses locais. Bicho norte-americano é mais feliz!!!!
Um pato que passava por perto quis botar seu bico na conversa. Perguntou:
- Se faz tanto mal, porque os humanos fumam? Não entendo!
- Não entende porque é pato. Isso é coisa de humano, respondeu Tarta, a tartatuga sábia que a Lua conhece.
- Mas tia Tarta, perguntou o pardal, - se eles vão morrer por causa disso .... ????
- Vão nos matar junto!!! latiu fortemente o Bulteco, o pit da casa 5.
- O que faremos?, perguntou uma galinha, apavorada porque vira a cozinheira colocando a água para ferver! Escaparia? Da panela pra cair no cigarro? Que vida penosa!!!!

Os animais, liderados pela Lua, ponderaram, pensaram e se cansaram. Depois de horas de debates concluíram que estavam nas mãos dos humanos. Só eles podem resolver a contenda.
A Lua propôs montar uma associação de proteção ao pulmão animal – APPA e estabelecer uma multa: cada cigarro aceso pelo dono, uma mordida nele pelos cachorros, uma arranhadona pelos gatos e bicadas de montão por todos os bicudos. Se os humanos querem fumar que o façam longe dos focinhos.
Foi aplaudida por patas, bicos e até guelras. Só falta agora que os humanos entendam que não são os donos do planeta e que tudo e todos os demais devem ser respeitados.


Marly Spacachieri
transcrito@yahoo.com.br
agosto/2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

EXPLORAÇÃO DA PATA CANINA????


A Lua lê jornais. Ela quer ser uma cadela bem informada. Por isso lê muito. Por isso achou uma notícia que a deixou preocupada: em São Paulo tem empresas alugando cães treinados para guardarem residências. Pode isso? Diz a matéria que um vigilante humano custa mais de R$ 1.500,00 ao mês para 8 horas de trabalho. Aí que para 24 horas esse custo sobe para R$ 4.500,00. As quatro patas caninas saem por R$ 60,00 por dia, R$ 1.800,00 ao mês. E o dono do negócio diz que o “principal produto oferecido é o medo”. Isso não é bom para o momento em que a mídia coloca que o cão é um grande amigo. Ninguém deve temer um amigo! Isso deixou a Lua nervosa. Além disso, o dono do negócio disse que pastores alemães não são usados em residências, como cães de aluguel, porque latem muito e incomodam os vizinhos. Ora, ora! Então as pessoas comuns não podem ter pastores alemães em suas casas porque eles latem muito? Será? A Lua tem um amigo pastor, o Chicão, enoooorme e que é quieto. Quase não late! Sei não!!!! Esse dono do negócio precisa conhecer o Chicão.

Continuando a ler, nervosa, comendo seus pães de queijo. Lua descobre que as casas que têm cachorros de aluguel não devem ter moradores. O quê????????? Os cachorros ficam sozinhos????????? Como pode isso????????? Um funcionário da empresa passa pela tal casa e os alimenta uma vez por dia. A Lua ficou triste porque há registro de caso de cachorro assassinado por ladrões. Ficou pensando.... pensando..... e dormiu. Sonhou que era uma cadela muito grande e que queria passear, viajar, mas tinha uma enorme casa. Aí contratou um humano para tomar conta dela. Na hora de sair em férias olhou e não conseguiu ir e deixar o seu humano de estimação sozinho, com comida uma vez por dia e sem carinho. Lua é muito esperta. Ela preserva tudo que é bom!

Marly Spacachieri
transcrito@yahoo.com.br

sábado, 11 de julho de 2009

O CASO DA MANDIOQUINHA



Voltando ontem das compras e, como todo mundo, também temos uma fruteira onde são colocadas frutas e legumes (e alguém - quase sempre pergunta: - na fruteira????).
Ao arrumarmos as ditacujas e ditacujos, Chiquinha, que é uma mistura de pastor alemão (cara) com basset (corpo), ficou toda animada ao ganhar uma mandioquinha gordinha.
Magno olhou com dó para o legume já que era uma a menos a ser feita numa versão amineirada de batata-chips. Eu havia prometido fazer!!!!
A tarde inteira foi aquela festa: a mandioquinha rodando para baixo e para cima, com a Chiquinha correndo da Lua e vice-versa, sob o olhar atento da Zezé que devagarinho, "raposamente", pegava aqui e ali.
Trabalhamos a tarde toda e ao cair da noite.... Magno, o grande responsável pelo jantar dirigiu-se à cozinha. E eu lá, meio concentrada e meio diluída no meu trabalho, senti meus cabelos arrepiarem-se todos (feito moicano) com um grito de:

- NNNNÃÃÃÃOOOOO!!!!!! - BENHÊÊÊÊÊ?????

Sai correndo e vi meu marido, olhar triste para a fruteira que tem legumes também, apontando para a ausência completa das mandioquinhas. Cadê?????
- Quem foi, gritou.

Só se viu focinhos correndo, orelhas abaixadas e rabos entre as pernas. Mas um desses corpos peludos destacou-se pelo formato um tanto quanto "mandiocal": Chiquinha. Sim, senhoras e senhores. Ela comeu 1 quilo do legume.
Seqüência disso tudo: como tudo que sobe, desce; tudo que entra, sai; não é assim? Pois bem, de manhã encontramos todo o quilo de mandioquinha, devidamente processado com mais algumas rações deglutidas, por todos os cantos. O aspecto era terrível! Magno desistiu das mandioquinhas chips e eu do purê de mandioquinhas.
Os outros elementos da quadrilha também processaram suas mandioquinhas, só que em menor quantidade.

Moral da história: use sua fruteira somente para frutas, de preferência, as melancias e abacaxis.


Marly Spacachieri
julho de 2009
transcrito@yahoo.com.br

sexta-feira, 10 de julho de 2009

NOVIDADES PROS BICHOS



ASSIM COMO O PINGO,
IRMÃO DA LUA, PRECISOU .....
OUTROS PODEM PRECISAR TAMBÉM!!!

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia inaugura equipamento pioneiro de raios-x


Agência USP

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP inaugurou, na última terça-feira (7), o primeiro aparelho de raios-X computadorizado que será usado na área veterinária no Brasil.

Uma das vantagens do novo aparelho é que ele permite o uso de uma única chapa, que pode ser reutilizada centenas de vezes para outras radiografias. Além disso, as imagens obtidas são integradas a um sistema de computador possibilitando a sua armazenagem e manipulação para evidenciar maiores detalhes.

A qualidade da radiografia também é superior a convencional e as imagens podem ser impressas em papel ou disponibilizadas na internet. Isto evita que ocorra contaminação ambiental provocada pela presença de metais pesados em filmes de Raios-X descartados e nos líquidos de revelação das chapas.

Outra vantagem é a redução em 20% da quantidade de radiação a qual o animal e o seu dono (que segura o animal durante o exame) são expostos.

O aparelho será usado em animais de pequeno porte (cães, gatos, aves) e também em caprinos, ovinos e potros (mas somente em animais jovens).

O aparelho foi adquirido com verbas provenientes de projeto individual de pesquisa e de Reserva Técnica disponibilizada à FMVZ junto à Fapesp e custou R$270.000,00.

Mais informações: email ortolani@usp.br com o professor Enrico Lippi Ortolani

OLHOS PARA QUEM NÃO TEM



ASSOCIAÇÃO
CÃO GUIA
DE CEGOS

O que é?

A Associação é uma entidade decretada de Utilidade Pública Estadual e Federal, registrada no Ministério da Educação e Conselho Nacional de Serviço Social. É de caráter filantrópico, com a finalidade de dar olhos ao deficiente visual e integrá-lo à sociedade como pessoa produtiva através de cursos profissionalizantes e de cães-guia.

Como funciona?

A Associação ministra cursos profissionalizantes com uma equipe de profissionais altamente especializados. A entidade possui matrizes selecionadas e fêmeas já iniciadas na função de cães-guia. Assim que possuir sede própria, ampliará suas atividades, bem como aumentará o número de matrizes e cães. O Cão-guia... É um animal muito especial; possui um temperamento dócil e é dotado de extrema paciência e determinação. Ama profundamente o dono e por essa razão sente prazer na seu trabalho, funcionando como os "olhos do cego". Ele não cansa nunca, sendo treinado para acompanhar o cego 24hs por dia. Por essa razão, os treinadores fazem cursos específicos, com aulas teóricas e práticas, adaptando experiências de países como Inglaterra, Argentina e Estados Unidos às condições de vida dos cegos e das vias públicas brasileiras. Um fator que limita o trabalho da Associação é sua dependência de doações de filhotes que são criados na casa do cego, onde receberão o treinamento. Para iniciar um treino mais avançado o cão deverá ter de 10 a 30 meses, pois a maturidade é elemento essencial no cão-guia, afinal com ela vem a responsabilidade requerida para desviar o cego de obstáculos. As raças... Atualmente as raças utilizadas em todo o mundo são: Golden Retrivier, Boxer, Retrivier do Labrador, Collie (pêlo curto ou longo), Bouvier dês Flandres e o Pastor Alemão. Essas raças possuem temperamento, tamanho e características adequadas para a função. No entanto o mais importante não é a raça, e sim o cão. Nem todas as pessoas com problemas de visão se acostumam com a ajuda de um cão-guia, por isso, as necessidades dos candidatos são cuidadosamente analisadas e um cão adequado é escolhido, pois a adaptação entre o cego e o cão é essencial. Para o cego que não se adapta ao uso de bengalas, o cão-guia apresenta muitas vantagens: obstáculos acima da cintura são percebidos facilmente pelo cão; atravessar ruas movimentadas é mais seguro, uma vez que o cão percebe o movimento do tráfego. Além disso, existe o aspecto psicológico positivo, que resulta da união entre eles, pois o cachorro significa sempre um estímulo, amor, carinho, inspira confiança e vontade de viver ao cego, possibilitando maior integração à sociedade.

Como ajudar?

Implantar esse sistema de ajuda aos cegos é tarefa pioneira e por isso mesmo difícil. Muitos problemas são enfrentados, como:

A educação da comunidade para aceitar o cão-guia;
A legislação para permitir a entrada de cães-guia em locais públicos e meios de transporte;
A aquisição, treinamento e manutenção dos cães-guia, etc... Muita gente já está ajudando e você poderá contribuir compreendendo e divulgando a obra da associação ou ainda: criadores podem doar filhotes, veterinários podem prestar assistência aos cães, laboratórios podem doar vacinas e medicamentos, outras indústrias podem doar materiais, alimentos para os cães e verbas.
Existem mais de 40.000 cegos no Brasil; muitos não podem se locomover sozinhos porque não se adaptam a bengala. Esses cegos dependem do cão-guia para andar, sair de casa, passear e trabalhar como você.

Ajude a difundir esta idéia
!

Informações com:

Lucília A. Grimaldi - Presidente

Rua Lavradio, 74 - apt 31B CEP 01154-020 São Paulo SP

Tel.: 0- xx- 11 - 3667 0288

quinta-feira, 2 de julho de 2009

COISA MUUUUUITO BOA PRA CACHORRO!!!


O comercial, que chega à telinha nesta quinta-feira (02), é uma tentativa do poder público de evitar o abandono de cães e gatos nas ruas de São Paulo, que atualmente é um dos principais problemas de saúde pública da cidade e vem aumentando nos últimos anos.
O filme faz parte de campanha que divulga o "Probem – Programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos", lançado pela Prefeitura.

Além do comercial, a ação conta com peças para rádio, internet, cartazes e folhetos.
Para dar sustentação ao Probem, a Prefeitura criou um site - http://www9.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/sms/probem/ - de apoio aos proprietários de animais e também para aqueles que pensam em adotar um, com dicas e cuidados que os bichos de estimação exigem.
fonte: http://www.ccsp.com.br/ultimas/noticia.php?id=40369

terça-feira, 30 de junho de 2009

BIM - UM CASO, UM ACASO, UM CÃO




Ele me procura todas as vezes que sente falta de alguma coisa. Vem de mansinho, sorrateiro, silencioso. Fica quieto, me olhando, esperando. Aguarda – olhando fixamente – porque tem a certeza que vai ganhar o que pretende. E eu fico na espreita pensando no que será que ele quer. Pode ser um osso, um pentear no pêlo, um afago ou mesmo uma bolinha de papel para mastigar. Mas, tem dias em que ele apenas quer ficar perto. Chega, deita e se aninha. Coloco o som ameno. Eu trabalho e ele dorme. Acorda depois de horas, come meu pedaço de queijo, estica-se todo, levanta o focinho e sai da sala, todo feliz, abanando sua cauda para quem o encontre pelos corredores. Desce a rampa correndo, às vezes latindo, assustando uns pouquíssimos transeuntes. Deita-se no meio do saguão. Passo e me despeço. Vai comigo até o carro, lambe minhas mãos e volta para perto dos vigilantes do prédio. Esse é o nosso Bim, um cão SRD que foi abandonado no campus da USP – capital – em 11 de setembro de 2001 e que hoje é nosso cão-propaganda. A Lua morre de ciumes dele.

UMA BOLINHA PELUDA - zummmmmmm - CORRENDO PELA RUA

Corria o ano de 1997, final do mês de novembro. Num determinado dia saímos atrasadíssimos para atender a um cliente. No caminho decidimos mudar o roteiro já que a Av. Rebouças sempre é muito congestionada. Pois bem! Foi aí que tudo aconteceu. Na Av. Francisco Morato esquina com a Av. J. J. Saad resolvemos virar à direita. Pista do meio, carro na frente, nos lados e atrás. O da frente freou e saiu para a esquerda, assustando todo mundo que freou junto. Na nossa frente uma cena: um cachorrinho minúsculo, correndo feito louco pelas ruas, sem saber para onde ir. Logo adiante a avenida bifurca-se e o danadinho seguiu por lá. Bobagem dizer onde estávamos nesse momento, certo? Correndo feito loucos. Chamamos a atenção de uma viatura da polícia de trânsito que saiu atrás de nós.Ficou assim: o cachorrinho correndo, nós atrás e a polícia finalizando o cortejo. O Morumbi é o bairro de maior concentração de renda do país, mas têm favelas, vielas e ruas sem asfalto. E foi numa dessas ruas que ele, o cachorrinho, seguiu. Sai do carro e passei a correr feito louca. Um calor dos diabos! 15 horas! Enquanto isso, o Magno fazia acrobacias fantásticas com o carro, tentando chegar para onde eu corria. E aí eu olhei para o lado e vi uma policial correndo atrás de mim. Era só o que me faltava! Eu estava sem bolsa, sem documentos, sem fôlego, sem nada. Corri mais ainda. Bronquites à parte, eu corria mais que ela. E o cachorrinho correndo na frente.Nessa altura éramos um espetáculo. O cachorro corria, eu ia atrás e a policial me seguia par-e-passo. Atrás disso: Magno manobrava o carro, seguido de perto pelo carro da polícia. E todo mundo na rua olhando... estranhando.... até que o cachorrinho parou, olhou e entrou numa casa. Uma mansão! Parei. A policial parou e me disse:
- "É seu?"
Respondi que não, mas que se continuasse solto fatalmente iria morrer atropelado. Era um filhotinho de poodle lindo. Ela me olhou e disse:
- "E agora? o que a gente faz?"
Decidimos tocar a campainha. Fomos atendidas por uma senhora muito simpática que ao ouvir a história imediatamente nos mandou entrar e procurar o cãozinho. Magno e a polícia chegaram. O espetáculo estava montado porque o cachorrinho não deixava ninguém se aproximar, ameaçando fugir dali. Melhor não correr riscos! Mas notamos que ele estava machucado, pois havia sangue em seu pêlo. De repente, saído não se sabe da onde surgiu um indivíduo dizendo-se o dono do cachorro e que iria retirá-lo. A senhora perguntou o nome do cachorro e o rapaz se atrapalhou todo. Ela alegou que ele não era o dono coisa nenhuma e que não o deixaria entrar. A viatura policial chamou a atenção das pessoas que foram se aproximando. O indivíduo tentou "forçar" sua entrada, ato reprimido pela policial que educadamente o lembrou que a casa era daquela senhora. O homem olhou a policial de cima a baixo e com um sorrisinho disse
- "Veremos!".
Nesse momento ouvimos um sonoro:
- "Peço reforço, tenente?"
Era o motorista da viatura, modelo armário com maleiro e tudo! Sorrindo, a policial disse:
- "Ainda não, mas fique atento!"
Mas não havia jeito de chegar perto do filhote. Ele tremia e chorava baixinho. Estava exausto. A senhora ligou para o veterinário que se dispôs a vir imediatamente. Contudo apareceram dois rapazes, muito bem vestidos, numa Ranger, óculos escuros, e tal e coisa .... e se dizendo donos do cachorrinho. Mesma pergunta:
- "Qual o nome?"
- "Bob", respondeu prontamente um deles.
E o tal de Bob sequer lhe deu atenção. A policial pigarreou, olhou para os dois e disse:
- "Vamos falando a verdade".
O rapaz ia falar algo quando o nosso amigo armário veio com mais um
- "Posso chamar reforço, tenente? "
A policial olhou, pensou e disse:
- "Chame o Corpo de Bombeiros, pois eles são os melhores nisso".
Gente, parecia que todas as pulgas do mundo tinham pulado nos dois jovens garotões. Não havia frontline para combater aquilo. Ficaram brancos, verdes, amarelos e quando iam azular.... suspiraram e disseram:
- "Não, por favor, bombeiro não! A gente conta tudo".
Explicaram que eram donos de uma loja de banho e tosa e que o cachorrinho havia escapado de lá. Pois bem! O danadinho fugiu porque levou "uns tapinhas" para ficar quieto. Estávamos a pelo menos 1 quilômetro da tal loja. Eles queriam pegá-lo e devolvê-lo a dona, e tudo terminaria bem. A policial pensou, olhou para eles e disse:
- "Chame a dona do cachorro aqui".
- "Ah, mas não dá!"
- "Não? Jorjão, chame os bombeiros!"
Imediatamente, saído do nada surgiu um celular já sendo discado para a dona.Em menos de 15 minutos encostou um carro e desceu uma moça gritando feito louca:
- "Floc, onde está o meu Floc?"
E a bolinha peluda, mancando um pouquinho, saiu daquele esconderijo e pulou no colo dela. A moça ficou como louca. Era amiga dos rapazes e entregara o Floc aos seus cuidados. Não pensou duas vezes e jogou a bolsa em cima deles. Jorjão entrou e apartou a briga. Nesse instante chegou o veterinário amigo da senhora que examinou o cachorrinho. Sugeriu um exame mais apurado, mas pelo que via tratava-se de um pequeno corte apenas. Suspiros de alívio.Bom, missão cumprida, trocamos telefones, tomamos um cafezinho e cada um seguiu para o seu lugar. O cliente nosso? Sabe que o danado ficou retido num congestionamento por mais de duas horas (carga tombada na marginal) e chegamos juntos. Fechamos o negócio. Cachorro é tudo de bom!

Marly Spacachieri
transcrito@yahoo.com.br













quinta-feira, 25 de junho de 2009

BOAS NOTÍCIAS QUE VAMOS ACOMPANHAR PATA A PATA, DIZ PIPOCA PARA A SUA FLOR


O Prefeito Gilberto Kassab anunciará, nos próximos dias, uma série de medidas para aprimorar o controle de animais domésticos na cidade de São Paulo e incentivar a propriedade responsável. Esta boa notícia foi recebida hoje, dia 22 de junho, pelo vereador Roberto Trípoli (PV), que vem mantendo uma série de contatos com a Secretaria da Saúde e com a Secretaria de Governo, reivindicando a intensificação de ações que promovam o controle das superpopulações de cães e gatos, sem qualquer tipo de sofrimento para os animais.Segundo Tripoli, o Prefeito Kassab anunciará todos os detalhes da destinação da verba de R$ 1 milhão provenientes de emenda que o vereador conseguiu aprovar, no final de 2008, para o orçamento/2009, especificamente para melhorias no Centro de Controle de Zoonoses. Esta emenda já está liberada e sua principal aplicação atenderá uma antiga reivindicação de Tripoli e do movimento de proteção animal – a construção de um Centro de Adoção, adequadamente planejado para abrigar cães e gatos já preparados para adoção. As obras devem começar em agosto.
Além disso, neste “pacote” de medidas, Kassab deve incluir o aumento do número de veterinários e biólogos contratados pela Saúde; a ampliação imediata da quantidade de castrações gratuitas disponibilizadas pelo Governo Municipal para animais de proprietários carentes; o incremento das ações visando o incentivo da propriedade responsável – inclusive uma campanha publicitária. Tripoli, que instituiu e vem presidindo a Comissão de Estudos sobre Animais na Câmara Municipal, foi informado, ainda, que a Prefeitura deve, finalmente, implantar um sistema de informações eficiente, com um banco de dados informatizado, que comporte o registro e a identificação individualizada de cães e gatos de toda a cidade de São Paulo; e iniciar a compra de microchips.
Outras informações:
Regina Macedo – jornalista ambientalAssessora Parlamentar do Gabinete do Vereador Roberto Trípoli (PV)Fones - 11-33964463 / 9627-7187reginamacedo@terra.com.br

terça-feira, 23 de junho de 2009

TEMOS DIREITOS!!!!!

Esta é a Bisteca, vítima de maus tratos (foi jogada da janela do carro, EM MOVIMENTO, pelo seu "dono" numa das avenidas da Cidade Universitária/USP. O carro de trás a atropelou. Foi socorrida por um funcionário. Fraturou a bacia. Hoje está tratada e voltando a andar. Alegre, mansa e muuuuito doce.Aguarda alguém para adotá-la. A Lua pode explicar como, a quem se interessar, pelo e-mail:
transcrito@yahoo.com.br com o título BISTECA

CONHEÇA OS INSTRUMENTOS LEGAIS

Constituição Federal
Capítulo VI
VI - DO MEIO AMBIENTE (ART. 225)
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
(...)
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.
DECRETO FEDERAL Nº 24.645, de 10 de julho de 1934
Art. 3º - Consideram-se maus tratos:
(...)
V - abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como
deixar de ministrar-lhe tudo que humanitariamente se lhe possa prover,
inclusive assistência veterinária;
LEI MUNICIPAL 13.131/01 ( Válida para a cidade de São Paulo)
Art. 30 - São considerados maus-tratos contra cães e/ou gatos:
a) submetê-los a qualquer prática que cause ferimentos, golpes, sofrimento
ou morte;
b) mantê-los sem abrigo, em lugares impróprios ou que lhes impeçam
movimentação e/ou descanso, ou ainda onde fiquem privados de ar ou
luz solar, bem como alimentação adequada e água, assim como deixar
de ministrar-lhe assistência veterinária por profissional habilitado,
quando necessário;
c) obrigá-los a trabalhos excessivos ou superiores às suas forças, ou castigálos,
ainda que para aprendizagem e/ou adestramento;
d) criá-los, mantê-los ou expô-los em recintos exíguos ou impróprios, bem
como transportá-los em veículos ou gaiolas inadequados ao seu bem-estar;
e) utilizá-los em rituais religiosos, e em lutas entre animais da mesma espécie
ou de espécies diferentes;
f) deixar de socorrê-los no caso de atropelamentos e/ou acidentes
domésticos;
g) provocar-lhes a morte por envenenamento;
h) abatê-los para consumo;
i) sacrificá-los com métodos não humanitários;
j) soltá-los ou abandoná-los em vias ou logradouros públicos.
Parágrafo único – A critério do agente sanitário do órgão municipal
responsável pelo controle de zoonoses, outras práticas poderão ser definidas
como maus-tratos, mediante laudo técnico.
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
Seção I
Dos Crimes contra a Fauna
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais
silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou
cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando
existirem recursos alternativos.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do
animal.

Regina Macedo – jornalista ambiental, assessora parlamentar,
reginamcedo@terra.com.br / 11-96277187 / São Paulo / SP

terça-feira, 16 de junho de 2009


A HISTÓRIA DO TOQUINHO



Era uma vez...
... um duende que queria ser gente. Queria porque queria! Insistia, pedia para o duende-chefe e nada! Um dia, depois de tanto chorar apareceu uma fadinha bonitinha, peluda, de longa cauda que, penalizada com o pobre duende disse-lhe:- Se você quiser ser gente precisa passar no teste!- Que teste, respondeu o duende choroso.- Ser amado antes de ser gente.- Como assim!, perguntou o duende.- Simples. Eu transformo você num bicho e você sai pelo mundo dos homens. Se conseguir ser amado, se conseguir sensibilizar um coração, se conseguir com que aceitem você com todos os seus poréns... poderá se transformar em gente.
O duende aceitou o desafio. De cara foi transformado num cão. Um cão vira-lata, de rua, bem danadinho, de olhar meigo e doce. E claro que caiu numa cidade de Minas (pois a mineirada adota tudo quanto é cão que aparece, sô!) para ter mais chances. Teve sim. No primeiro dia estranhou aquele negócio de ter que levantar a pata para fazer xixi! E aquele cocô público? Santa vergonha! E pulgas? E coceira? E aquela cadelinha no cio provocando situações constrangedora? Santos caldeirões mágicos! Que coisa! Roer osso? Logo ele que adorava frutas silvestres? Comida estranha essa que os humanos comem... mas até que a tal feijoada é boa sim (não fosse o resultado posterior... auuuuuuu).
Passeando pelas ruas conheceu outros animais e conversou, cochilou ao sol, sofreu empurrões e afagos. Foi tomando gosto pela vida de cão. Uma velhinha aqui... um garotinho ali..... a casa da Marcinha..... tudo no seu tempo. Sofreu abalos sim! Foi machucado e maltratado como todo cachorro de rua, mas encontrava sempre o tapete, a água e a comida gostosa naquela casa ampla. E o sorriso sincero da menina. Apaixonou-se por ela! Amor correspondido na hora.
Numa tarde de sol surge a fadinha peluda e lhe informa que já podia se transformar em gente pois tinha conseguido ser verdadeiramente amado. Duende, já chamado de Toquinho, meio manquitola, sentiu um aperto no coração canino. Se se transformasse em gente, será que a menina continuaria a amá-lo? E onde renasceria? Nada lhe garantiam sobre isso! Pensou muito (e rápido porque cachorro pensa muuuuuito rápido!!!) e decidiu continuar cachorro.- Mas não pode, disse a fadinha peluda. Está escrito na sua ficha que deve ser transformado em gente ou volta a ser duende.
Que desespero tomou conta do Toquinho! Pelos ossos sagrados ..... que fazer? Não queria e não queria deixar de ser cachorro. Isso era problema da fada e ela que se arranjasse pois ele ficaria cachorro. AU!
A fadinha peluda pensou, pensou e resolveu consultar seu micro de bolso. Entrou na internet das fadas.com.br e falou com a fadona principal - a fadamaster. A resposta veio pelo satélite fadal1. Se o duende... quer dizer o cachorro... quer dizer.... o Toquinho quiser continuar cachorro ele tem que morrer essa vida de duende-cachorro sem se transformar e renascer só cachorro.
Imediatamente Toquinho correu na frente do carro e se jogou. Seu corpo ficou ali, mas ele, invisível como todos os cães que vão renascer, foi colocado pela fada peluda dentro de uma barriga canina onde filhotes estavam sendo formados. Vai renascer em breve e bem pertinho da menina. Está ansioso e me pediu para contar isso para ela. Como reconhecê-lo? Ela saberá quando o encontrar e o olhar. É sempre assim no mundo mágico dos cachorros.
E a menina, o Toquinho, a cidade e o mundo das pessoas que são corajosas o suficiente para se exporem ao amor dos animais, serão novamente felizes.

terça-feira, 2 de junho de 2009

PATINHAS ON LINE - UM TRABALHO SÉRIO



A LUA PEDE ATENÇÃO DE TODOS PRA ESTE TRABALHO MUITO SÉRIO E LINDÍSSIMO
Quem puder ajudar ..... muitos focinhos agradecem
.

PÃO DE QUEIJO DE NATAL

Dias destes a Lua ficou presa na biblioteca lá de casa. Eis o seu relato:

Entrei sorrateiramente procurando um livro de receitas mineiras, em busca do pão de queijo perfeito... aí fecharam a porta e não perceberam. Esperei ... esperei ... e acabei dormindo em cima da almofada onde a Chica, minha irmã mais velha, dorme enquanto minha mãe escreve. Estava quentinho. Acordei com o barulho de papel sendo mexido. Levei um susto porque era um monte de livros se movimentando de lá e cá. Perguntei o que acontecia e eles me explicaram que na calada da noite, nas horas mais calmas, eles colocam todas as histórias em ordem. Os seres humanos vivem misturando todas e ao final do dia é o maior reboliço. Ninguém entende nada de nada. Naquele momento estavam arrumando a história do Natal. Fiquei curiosa e pedi para me contarem. O livro mais velho olhou para o mais jovem e disse:
- Conte você. Minhas páginas já estão muito amareladas.
O livro jovem, que se apresentou como sr.Livro abriu as páginas, folheou-as e parou onde estava escrito: Tudo sobre o Natal.
- Como assim?, disse eu. – O Natal é apenas um dia em que o Papai Noel vem!
- Nada disso! Também tem presentes e comidas especiais mas é uma data lotada de tradições que se misturam.
- Tradições misturadas? Como na batedeira? Aquela que faz zuuuummmm?
- Vou te explicar. Acomode-se nessa almofada, disse sr.Livro.
E começou ali uma viagem inesquecível sobre o Natal e tudo o mais que o cerca. Lua ficou atenta, com as orelhas em pé e se aproveitou da proximidade do gravador da mãe e ficou registrando tudo que ouviu. Dali saiu o relato abaixo cuja responsabilidade é total e irrestrita dessa cadela branquinha.
ATENÇÃO: GRAVANDOOOOO
“A primeira coisa que aprendi foi que a palavra “Natal” refere-se acima de tudo ao nascimento de Jesus Cristo, mas não consta nas páginas da Bíblia. Isso quer dizer que a palavra surgiu depois dele ter nascido, depois de terem escrito a Bíblia e reproduzido o seu texto. Interessante isso! O fato aconteceu, mas a nomeação sua se deu séculos depois, lá no de número quatro. Parece que foi a Igreja Católica Romana que batizou o nascimento de Cristo com o nome de Natal. Isso quer dizer que durante trezentos ou quatrocentos anos não houve festa de Natal. (Nooooossaaaaaa! E onde se punha os presentes? E o Papai Noel? E o boneco de neve? Onde ficavam todos?) O livro me explicou que o primeiro nó aconteceu com essa data estipulada: 25 de dezembro. Isso porque os calendários não eram precisos e nem contavam os dias de forma científica. Em muitos lugares os meses eram lunares e os anos duravam menos que os atuais. Vixessanta! Bom ... o que interessa é que avisaram Papai Noel que ele tinha que trazer todos os presentes no dia 25 de dezembro. O livro me olhou por detrás das lentes grossas de seus óculos e com cara muito séria. Fechando suas páginas e dando um grande suspiro, o livro me explicou que o que acontecia no dia 25 de dezembro era uma festa pagã que comemorava o nascimento do deus Sol.
- Mas o que é festa pagã?
- Festa não religiosa, normalmente acompanhadas de bebidas e orgias.
- Bebida eu sei o que é, mas orgia ... sei não.
O livro continuou falando:
- Deixe pra lá, Lua. Aprenda que todos devem ficar longe das orgias. Houve uma série de discussões entre os seguidores das palavras de Cristo e os demais, incluindo muitos pagãos convertidos e chegaram a um acordo: o dia 25 de dezembro seria o melhor para comemorar o nascimento do filho de Deus, já que o Sol era o mais importante deus dos pagãos. Estava aberta a porta para a entrada do Natal pelo mundo, agora como sinônimo de comemoração ao nascimento de Cristo.
- Mas peraí! Onde entra a árvore de Natal? – falou a Lua.
- Vem da Babilônia, disse ele o Sr.Livro e, antes que ela perguntasse onde era a tal Babilônia .... deu-lhe um mapa. Era longe. Muito longe.
- Puxa vida! A única Babilônia que eu conheço é a gaveta de meias da minha mãe. Meu pai sempre diz que ela está como uma Babilônia. Não entendi. A gaveta fica ali perto, no quarto, sussurou Lua. – Vou perguntar pra minha mamãe por que uma Babilônia é aqui pertinho e a outra é lááááá longe!
- Isso é outra história, Lua.Vamos continuar com a nossa árvore. Diz-se que a Árvore de Natal está presa nas tradições da Babilônia e vem de Ninrode, neto de Cão, filho de Noé.
- Peraí! Cão sou eu ... quer dizer ... cadela .... mocinha ... menina ... lindeza como diz minha tia Cris. E Esse Noé eu conheço. É aquele barbudoo simpático da arca cheia de bichos em cima das águas, flutuando dia e noite. O tal do dilúvio. Isso eu sei! Sei sim! Bom sujeito. Acho que ele é da equipe do resgate, aquela dos bombeiros, falou toda feliz a cadela.
- Lua, disse o livro – controle-se senão eu paro de contar. Não havia bombeiro nos tempos de Noé!
- Sim senhor! Mas ... é um absurdo. Todos os tempos, todo mundo precisa dos bombeiros. O carro deles faz uóm uóm uóm..... – parando de falar, Lua foi se aproximando da beira da almofada.
- Ninrode era um homem mau, muito mau – disse Sr.Livro.
- Comia cachorrinhos?
- Não Lua! Ele era muito ambicioso. Parece que ele se casou com a própria mãe e ....
- Noooossaaaaaa. Isso não pode! Não pode não! Minha mãe diz que não pode! Tiaaaaaa Cris! Acudaaaaaa!!!!
- A mãe-esposa dele era a Semíramis e que depois da morte de Ninrode propagou uma doutrina onde se dava como certa a sobrevivência de Ninrode através de um pinheiro que teria nascido e crescido da noite para o dia....
- Crescendo muito ... assim como um pão de queijo no forno?
- Mais, Lua. Muito mais. Essa árvore inteira teria surgido de um pedaço de outra, regenerado todas as partes e chegado a um pinheiro completo.
- Assim como um pedacinho de queijo que durante a noite crescesse e de manhã teria se transformado num enorme pão de queijo? Assim?, saltita Lua.
- Mais ou menos, Lua.
- Continue, sr.Livro. Tá ficando interessantíssimo essa história da árvore de pão de queijo, diz Lua engolindo muita saliva.
- Não é árvode de pão de queijo, Lua! Preste atenção que é um pinheiro! Entendeu?
- Entendi, mas que graça tem um pinheiro? Melhor se fosse de queijo ... imaginou um monte de pinhas de queijo? – sonhou a cadela.
- As pessoas, Lua, deveriam então colocar presentes nesse pinheiro. Daí a origem da árvore de Natal. Uma espécie de renascimento. Entendeu?
- Entendi, sr.Livro mas preferia ....
- Lua!
- Sim senhor!
- Tem mais. Em alguns lugares essa lenda sofreu algumas modificações no conteúdo e nos elementos.
- Como assim?
- Para os druidas essa árvore era o carvalho, para os egípcios era a palmeira e em Roma era o abeto. O deus escandinado mitológico Odin era tido como aquele que dava presentes nas festas pagãs, incluindo a do Natal. Entendeu, Lua?
- Acho que sim. Acho que sim ... mas não tenho muita certeza. Vou ter que perguntar tudo isso pra minha mamãe, reponde a Lua.
- Pode perguntar, disse o sr.Livro. Mas vamos para o Papai Noel e ....
- OBAAAAA. Papai Noel traz presentes. Traz caixinhas cheias de pão de queijo e .....
- Lua! Tome tento! Cachorro não pode comer pão de queijo!
- Poder não pode! Dever não deve! Mas .... come! Come sim! Obaaaaaa.
- O Papai Noel vem da lenda de São Nicolau, um bispo que viveu no século V depois do nascimento de Cristo.
- Ihhh. Lá vem outra história fora dos ponteiros do tempo. Ele veio taaaanto tempo depois do nascimento de Cristo? pergunta a Lua.
- É sim. Ele era um bispo em Myra, na Ásia Menor, de nome Nicolou de Myra, vindo de família muito rica, e que tem seu dia consagrado como 6 de dezembro ...
- Tá piorando! Tá piorando! Então o 25 de dezembro não é dia de Papai Noel? Quer dizer que os presentes devem vir em 6 de dezembro? Hein? E o que vai ser colocado embaixo da árvore de Natal do dia 25? Nada! Não pode ser! Conte tudo, sr.Livro! – diz a Lua.
- Essa cachorra é da pata virada! – reclama o sr.Livro para o livro raro que tinha saído da prateleira querendo tomar um sol e espantar a artrite gráfica que o acometeu! Essas técnicas antigas .... ai e ai.
- Olha, Lua. Tem uma lenda em torno do bispo que ...
- Senta que lá vem a lenda! – grita a Lua. – Que fome!
- É isso, suspira o sr.Livro. Ele, o bispo de Mira, o Nicolau, ele ofereceu, escondido de todos, dotes valiosos para três moças pobres poderem casar ....
- Como assim? Como assim? Elas precisavam de dotes para se casar? Não acredito!
- Lua, esses eram os costumes da época. Não nos cabe julgar; apenas relatamos, diz o sr.Livro.
- Pois eu fico indignada! Fico sim! Quer dizer que se elas não tivessem o tal dote não teriam casado? Ninguém ia querê-las? Não entendo nada disso. Os cachorros não tem isso. Pode ser de raça, um vira-lata, qualquer um que se olha e se entendem ... prepare-se para a chegada de filhotes! Ser humano é confuso, não? Livro tem disso também? Quando o livro é criança ele é infantil? O livro-mãe usa avental? O livro-pai fuma cachimbo? O livro-cachorro late? Onde eles todos vivem? Onde posso ....
- CHEGA LUA! Você me põe louco! esbraveja o sr.Livro.
- Puxa vida! Só quero saber, ora essa. Minha mamãe sempre diz pra que não se leve nenhuma dúvida para dentro da garganta. Precisa tirar da boca pra fora. HUNF! (Vou contar tudinho pra minha tia Cris. Vou sim!!!)
- Tá certo, Lua. Tá certo, mas a nossa história precisa continuar, diz o sr.Livro se divertindo com o emburro da Lua.
- Sigamos então! resmunga a Lua.
- Então, colocar presentes escondidos na árvore de Natal é uma mistura das práticas de Nicolau com a lenda de Ninrode. Alguns outros estudiosos dizem que o Papai Noel nasceu na Turquia e era um bispo de bom coração. Esses mesmos estudiosos concordam que se trata de Nicolau, um religioso que ajudava os pobres colocando moedas em saquinhos e jogando-os pelas chaminés das casas. A grande divulgação da imagem do Papai Noel se deu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Em Portugal ele é conhecido como Pai Natal, nos Estados Unidos e Canadá é Santa Claus, na França é Père Noêl, na Alemanha é Kriss Kringle, na Espanha é Papa Noel, na Suécia é Jultomten, na Holanda é Kerstman, na Filândia é Joulupukki, na Rússia ficou Baboushka, na Itália Babbo Natale, no Japão é Jizo, na Dinamarca é Juliman e no Brasil, Papai Noel. Sua roupa originalmente era marrom (até o final do século 19) mas em 1881 uma campanha publicitária da empresa de bebidas Coca-Cola utilizou-se do desenho feito por Thomas Nast em 1866 e publicado pelo semanário “Harper Weekly”, mostrando um velhinho simpático, de roupa vermelha e branca e um gorro vermelho com pompom branco, exatamente as cores da Coca-Cola. Deu certo e ....
- BURP! – desculpe, diz Lua envergonhada do arroto. – Mas falou Coca-cola ....
- Cachorro não pode tomar Coca-cola, Lua!
- Não tomo não ... mas de ver a minha mãe tomar e fazer os burps ... aprendi a inchar as bochechas como o Pingo faz, diz a cadelinha. Continue, sr.Livro. Estou adorando.
- Bem, tem uma história bonita sobre Papai Noel. Você vai gostar. Esse velhinho de barbas brancas, andando no ar de trenó puxado por renas foi idealizado através de um poema feito por Clement Clark Moore, um catedrático e ministro episcopal de título “An account of a visit from Saint Nicolas”...
- Of course, diz Lua.
- Lua, desde quando você entende inglês? diz o Dicionário Michaelis.
- Eu assisto desenhos e sempre tem cachorros falando ... – fala baixinho a cadela.
- É? Então traduza o que eu disse! diz sr.Livro.
- Ah! Você não sabe? Não? E quer que euzinha o ajude? Não mesmo! Minha mãe sempre diz pra não falar com estranhos e...
- Estranho? Eu? – reclama o sr.Livro. – Até título tenho!
- Quer dizer .... não devo ficar me exibindo ....
- LUA! Fale a verdade! diz o Livro raro lá no fundo da prateleira.
- Tá certo. Tá certo. Não sei o que quer dizer. Eu só entendo um tantinho de LATIDIM. – diz uma Lua envergonhadíssima. (Isso eu não vou contar pra minha tia Cris! Melhor não!!!).
- Quer dizer: “Um relato da visita de S.Nicolau” em 1822. O jornal Troy Sentinel publicou-o pela primeira vez em 1823. O autor só reclamou seus direitos autorais em 1844, depois de muitos periódicos terem publicado. Papai Noel tem como símbolo três bolas de ouro, que se refere ao dote dado para as moças. Lembra disso?
- Sim! E não me conformo ainda – resmunga a Lua
- Pois bem. Além de ser o símbolo do Natal, S.Nicolau também é o protetor dos marinheiros em alto mar e das crianças. As datas comemorativas de S.Nicolau (6 de dezembro) e do Menino Jesus (25 de dezembro) acabaram sendo unidas numa só após a grande reforma protestante, onde os germânicos resolveram deixar o Menino Jesus “transformado” em distribuidor de presentes, ainda que seja o Papai Noel quem prevaleça até hoje. Em 1969 o Papa Paulo VI retirou do calendário oficial das festas católicas a de S.Nicolau. Contudo, a tradição já estava presente em todos os lugares e até hoje a figura do velhinho barbudo e de roupa branca e vermelha está nos cartões de Natal e as crianças escrevem para o Pólo Norte, onde ele mora, pedindo seus presentes. Se elas foram boazinhas durante o ano todo, ganham.
- IUPI! Vou ganhar tudo!!!! Fui a melhor cadela de todas as cadelas.
- Será? Foi mesmo, Lua? Pergunta a enciclopédia. – Quem é que comeu o queijo que estava em cima da mesa? Hein?
- Mas ... ele estava lá ... sozinho .... abandonado .... querendo ser comido! Só fiz um favor.
- Sei, sei! Continue, sr.Livro – diz a enciclopédia.
- (Gorducha) – fala baixinho a Lua.
- Pois bem Lua. Que mais quer saber? fala sr.Livro.
- E os enfeites das árvores, questiona Lua.
- Boa pergunta, Lua. A coroa de natal, muito conhecida por guirlanda, vem de tempos quase perdidos na memória. Tem uma palavra em grego stephano e outra em latim corona, que podem corresponder a enfeites ou mesmo ofertas. Muitas vezes usada para significar homenagem aos mortos ....
- Tá louco! Morto não! – grita Lua.
- .... outras vezes para celebrar vitórias em esportes. É conhecida, a guirlanda, como Adorno de Chamamento para se passar pela porta de entrada onde estavam os deuses. Por isso colocam-se as guirlandas nas portas, como um sinônimo de boas vindas.
- Mas a gente pode pendurar coisas na árvore? questionou Lua
- Claro, Lua. O que se quiser. O que importa é comemorar e enfeitar a árvore com tudo que achar bonito – responde sr.Livro.
- Pão de Queijo pode? – pergunta
- Eu diria que não é auspicioso, Lua. Pode aparecer um rato ... e sabe como é, né? ponderou sr.Livro.
- Uma coisa tenho que dizer: eita história complicada, hein? É um tal de juntar pedacinhos de coisas de um lado e do outro! Parece a colcha de retalhos que eu durmo em cima, na minha caminha, fala a Lua.
- Assim é, Lua. Os homens pescam de lá e cá e acabam produzindo novas tradições com cara de velhas, pondera o sr.Livro. – E tem mais!
- O que vem agora, sr.Livro? Mais coisas velhas? resmunga a Lua.
- Você sabe de onde vem a origem do uso das velas no Natal? pergunta sr.Livro
- Da falta de pagamento da conta? tenta Lua.
- Não havia energia elétrica nessa época, Lua, sorri o sr.Livro.
- Acabaram os fósforos? Falhou a pilha? Descarregou a bateria? Faltou energia solar? –Nada disso? O que era então?
- Fogo! O velho e bom fogo, diz o sr.Livro. Acender velas representa homenagear e manter vivo o deus Sol.
- Lá vem esse deus de novo! diz Lua.
- Ele mesmo! Era uma homenagem que foi sendo substituída no seu modo de fazer. Hoje temos as luzes elétricas, o pisca-pisca ou outro meio mais moderno. O deus Sol sempre foi muito considerado e é dele também a tradição do presépio ...
- Alto lá! Agora vamos falar de bicho e eu quero muito cuidado. Jesus nasceu numa estrebaria, que é a casa de bicho. Lá tava cheio de bichos. Maior bicharia, bicharada ... sei lá. Era dos bichos, reclama Lua.
- É verdade, Lua. Mas, todos esses animais acolheram com carinho aquela criança e seus pais, diz o sr.Livro.
- É sim! É! Pena que os humanos se esqueçam disso e deixem os animais – muitos – sem casinhas, comidas, expostos ao frio, chuvas e maltratos, choraminga Lua.
- Concordo, Lua. Mas, um dia isso vai mudar!
- Espero mesmo! Acabou a história?
- Sim, Lua. Você quer saber mais alguma coisa?
- Quero sim. Por que Papai Noel mora no Pólo Norte? Faz um frio danado lá! Nem meus amigos houskies siberianos ficam sem casaco! Não podia morar aqui perto? Ir na praia? Distribuir pães de queijo em Ouro Preto ou acarajé de queijo em Salvador ... ou mesmo hot-dog-cheese em S.Paulo?
- Morando no Pólo Norte Papai Noel não pertence a país algum, de nenhum credo ou governo. Assim pode ser de todos!
- Puxa! Que bonito isso tudo. Só tem mais uma pergunta – diz Lua
- Qual? pergunta sr.Livro.
- Tem receita de pão de queijo em algum de vocês? É que prometi ums receita nova de pão de queijo pra tia Cris – fala Lua.
- Essa cadela! Não tem jeito mesmo. Vamos ver o que encontramos aqui! Tem um livro de culinária mineira em alguma das prateleiras ....
De repente a porta se abre e a mãe da Lua grita:
- Luaaaaaaaaaa. Cadê você?
Num segundo, feito um raio, passa uma cadelinha branca farejando a fornada de pão de queijo que o pai tirava do forno naquele momento. A receita do pão de queijo? Tá no blog dela, uai.

autoria: Marly Spacachieri
transcrito@yahoo.com.br
31/05/2009


quinta-feira, 21 de maio de 2009

PRA MINHAS TIAS QUERIDAS ....


PÃO DE QUEIJO


3 xícaras (chá) de polvilho doce
100g de queijo ralado
3 ovos
1/2 xícara (chá) de óleo
1 xícara (chá) de leite
1 colher (chá) de fermento em pó
sal a gosto

Modo de Preparo
Bater tudo no liquidificador e por em forminhas untadas com óleo
Só assar

A SAGA DA CHICA, UMA CADELINHA VIRA-LATA


Um dia nasceu a Chica, originalmente Francisca, mas devido ao seu tamanho tímido, mesmo se considerando sua cauda enorme e orelhas de tamanho razoável, teve seu nome reduzido. Filha de dois vira-latas só podia ser mais uma. Contudo, ainda muito jovem desgarrou-se da ninhada e quando a conheci não soube explicar de onde viera e muito menos porque ficara sozinha. Desconfio que tenha um dedo de humano nessa história de vira-latinha solta no mundo, mas como nada ficou comprovado, entendi que a Chica apenas se perdeu. Dona de um corpinho ensalsichado entre o dorso preto e a barriga dourada, Chica ao ser refletida numa poça de água viu-se como um mini-pastor alemão (claro que usando muito a imaginação). Porém, ficou pequenina e passou a ser Chiquinha. Fez beicinho ao ter seu nome tão reduzido e por isso acrescentou um “Chique” antes dele. Claro que encompridou e ao mesmo tempo mostrou uma personalidade um tanto quanto vaidosa!
Seguia a vida, a Chique Chiquinha, andando por aqui e ali até chegar num condomínio muito grande de enormes jardins e milhares de pessoas. Tudo parecia aumentado para a cadelinha que mesmo assim, resolutamente, adentrou-o. Passou por pernas e árvores, terras e pedras e sentiu fome e frio. Chuvinha fina e fria de um mês qualquer, o pêlo ficou encharcado e a barriga roncou. Tentou muitas moradias mas em vão. Durante o dia servia para brincar com as crianças dos prédios mas depois todos eles corriam para seus apartamentos e ela sobrava. Começou a desconfiar que seus dias seriam complicados por conta das gotas e dos roncos estomacais, mas se era uma legítima descendente dos pastores alemães, ainda que em tamanho reduzido, tinha sim coragem e determinação para seguir em frente. Foi ficando por perto. O tempo passou e por muitas vezes sentiu fome e algum medo inconfessado dos gatos maiores que ela, pensando até em procurar o caminho de volta, fosse lá onde fosse. Escondia-se nas vagas dos estacionamentos. Dormia sob os carros e sobre as manchas de óleo. A vida seguia seu fluxo para os humanos e para os cachorros também.
Numa tarde estava coçando-se das mordidas das pulgas – banho era algo desconhecido – quando ouviu uma voz dentro da sua cabeça. Coisa estranha e típica dos humanos; nunca soubera de cachorro ouvidor de vozes assim e – diga-se de passagem – cachorro louco é outra coisa bem diferente. Olhou para os lados e percebeu que era uma voz canina, aquela voz que um cachorro usa para se comunicar com outro em momentos de emergência. Chiquinha preparou-se porque a voz se aproximava.
De repente viu uma cadela muito maior que ela, preta e vira-lata pelos quatro costados. Teve certeza que era dali que saía o som que ouvira porque essa criatura lhe sorria e ao passar por ela recebeu um convite para visitar o lugar onde morava com seus tutores. Chica pensou estar num delírio provocado pela mortadela que encontrara no lixo e que não devia estar muito bem porque nem as moscas a queriam. Mas a cadela insistiu e puxando a guia por onde era conduzida pelo tutor se aproximou da Chica e disse “26”. Chica pensou que isso devia ser uma senha, um jogo ou algo do gênero e ficou matutando. A dupla afastou-se e de longe Chica viu que subiram as escadas e sumiu por detrás de alguma daquelas muitas portas dos apartamentos. Chica ficou sem entender. Cansada, adormeceu num tapete daqueles duros de limpar o barro dos sapatos. Dormia desconfortável quando dentro do seu sonho ouviu uma linda canção que de tão bonita a acordou. Sonambulismo ou esperança – não sei dizer – seguiu para aquele edifício onde vira a cadela subir os degraus. Percebeu que o som vinha de um dos andares. Desajeitadamente como todo cachorro que acorda e não se alonga por completo subiu e encontrou a porta fechada. Era a de número 26. Parte do mistério causado pela tal cadelona se desfazia porque ali estava o número sussurrado para dentro da cabeça da Chica.
Minha amiguinha sentou-se frente à porta e aguardou os acontecimentos. No primeiro momento foi um trovão e depois gotas enormes de chuva forte. A porta se abriu e uma moça de grandes olhos a viu. Sem pensar muito Chica tentou escapar mas foi rapidamente pega e colocada para dentro do apartamento. Que medo! Que viria agora? Nada de especial, apenas alguns cachorros sorridentes incluindo a tal cadelona. Tinha dois humanos, a moça e o rapaz que Chica já havia visto antes. Foi um certo tumulto porque a chuva aumentou e a moça fazia mais barulho que os trovões tentando achar uma caixa de papelão onde mais tarde acomodaria a Chica, forrada com cobertor. Tudo fofinho. Simples e limpinho. Chica, na hora, pensou que aquele casal não tinha muitas posses, mas a ração era boa e a água, perfeita. Dormiu ao som dos trovões, claro que depois de ter sido amplamente farejada por mais 3 focinhos, um deles um lindo cachorrinho. Tinha também uma cinza de focinho antipático, uma preta alegre e a cadelona sorridente do tal segredo “ 26”. Chica viu com espanto que ela não tinha uma das patas da frente e mesmo assim, ao contrário de muitos humanos que havia encontrado pelos caminhos, sorria feliz.
A noite foi tranqüila e Chica dormiu como nunca o havia feito antes. De manhã sentiu um certo clima solene. Os demais cachorros estavam sérios. Havia algo no ar e não era apenas o cheiro do café! Por mais que apurasse os ouvidos nada foi captado, mas que tinha alguma coisa de diferente, isso havia! As horas foram passando e Chica quase esqueceu essa sensação. Recebeu carinho, atenção e comida. Estava por demais satisfeita e pensava com seus pêlos que sentiria saudades disso tudo quando se fosse. Claro que ela iria embora. Era uma cadela nômade, sem laços e sem documentos. Contudo, ao comentar esses pensamentos com a cadelona – que se apresentou como sendo a Tata – percebeu que aquela porta da rua não se abria com freqüência. Nenhum cão saía sem a guia e conduzido por um dos humanos. Como então ela iria seguir seu caminho, seu destino, em busca de um príncipe encantado canino? O silêncio da Tata preencheu os buracos desse pensamento. Chica percebeu que estava presa e não seria fácil mudar a situação.
Entrou em desespero porque acreditava piamente no direito da liberdade canina. Jamais ficara presa em lugar algum, ao contrário, sempre era posta para fora. Acostumara-se ao frio e a chuva. Entendia que esse era o destino dos cães vira-latas. Tata lhe explicou que não era assim que a vida agia. Claro que muitos – muitos, milhares, milhões deles – cães e gatos eram abandonados ao sabor dos ventos; contudo, havia alguma exceção e ela estava num lugar desse tipo. Chica não gostou e implorou por ajuda. Queria ir embora, em busca do sonho dourado de encontrar um lindo canzarrão – modelo pastor alemão – que dela se apaixonasse e juntos dividissem os milhares sacos de lixo ao longo da vida. Além do mais, o casal de humanos já tinha quatro cães e não precisava de mais uma! Tata olhou-a bem dentro dos olhos e disse que esse casal tinha três cachorros porque um deles ficaria transparente.
Que história era essa agora? Os humanos não viam os transparentes? Ué?! Chica estava entre o preocupada e o curiosa, mas agüentou firme e não deu mostras disso. Tata explicou-lhe que os cães eram divididos entre os transparentes e os densos. Chica não entendia onde estava esse nó e Tata falou que os cães que os humanos viam eram os densos; não podiam ver os transparentes porque essa era uma atribuição apenas dos demais animais. Foi um susto para Chica saber que os transparentes não eram vistos e muitas coisas que lhe tinham acontecido agora faziam mais sentido. Mas, onde entrava a Chica nessa conversa toda? Tata explicou que como ia ficar transparente em breve podia realizar um desejo da Chica em troca de um grande favor. Que desejo? Que favor? Bom, o desejo seria dar uma relação – em linguagem canina – de endereços próximos de todos os possíveis pretendentes para a pata da Chica. Os olhos da cadelinha reluziram! Era tudo o que queria. Imaginou-se voltando para as ruas para mostrá-lo para aquelas cadelas grandonas que riram de seus sonhos, de patas dadas com o mais belo exemplar de pastor alemão. Porém, tinha o tal favor! Isso pegaria, com certeza. Aquela cadela de três patas não estava para brincadeiras.
Tata explicou que ela era a chefe da matilha – pequena e feliz – daquele casal. Era muito amada, mas recebera a incumbência de se tornar uma protetora deles, agora de forma integral e presente em todos os lugares. Para tal acontecer ficaria transparente. Sabedora da dor que causaria a sua ausência viu na Chica a possibilidade de certo consolo para eles. Bastava que nas primeiras horas Chica se mostrasse carinhosa e presente para amenizar essa mesma dor imensa. Aos poucos ele, o casal, iria se acostumando e Chica poderia sair da cena.
Não pareceu ser algo muito complicado e Chica pensou bem. Porém, a sede de liberdade que saía de dentro de si era mais forte. Chica titubeou, mas ao ver uma foto de um pastor belga – um possível pretendente – achou que poderia ficar, mas se fosse por pouco tempo. Tata garantiu que seria rapidinho. E foi. Na mesma noite Tata ficou transparente e aquele casal caiu num desespero que dava dó. Chica olhava para a Tata, agora transparente, pedindo instruções para agir. Saiu da caixa a ela destinada e pulou para cima da cama onde a moça, totalmente desesperada, chorava. Mesmo tendo chegado há pouco, Chica já nutria um calor gostoso por ela, principalmente quando teve seu pêlo alisado e penteado com maciez; e também quando uma tigela de leite morno lhe foi dado antes de dormir. Sim, aquela moça não merecia sofrer desse jeito. Uma coisa era ela não ver a Tata invisível e outra era aquele sofrimento todo. Era injusto. Os outros cachorros também estavam em cima da cama, de focinhos abaixados, tristes.
Chica pensou que aquela situação toda era ruim e por isso queria sair de lá. Ao olhar para a Tata viu a lista enorme com nomes e endereços de príncipes encantados caninos. Tinha que cumprir sua parte. Depois... estaria livre. Suspirou e caminhando lentamente para o colo da moça nele se aninhou. O calor a tornou sonolenta, contudo aqueles soluços a punham alerta. Contudo, as lágrimas da moça começaram a rolar mais forte e caíram sobre seu focinho. Chica sentiu que a sede de liberdade ficava mais fraca, mas a tristeza aumentava. Faria qualquer coisa para que a moça voltasse a sorrir. Tentou uma lambida e recebeu um grande afago. Era por aí! Imediatamente virou-se de barriga para cima e se esfregando no colo da moça fez uma enorme festa, rosnando e rolando. Os outros cachorros não entenderam o que estava acontecendo e olhando para Tata pediram explicações. Tata sorria. A moça – espantada com a atitude da Chica – deu um pequeno sorriso, apertou-a contra o coração e levantando Chica até seu rosto deu-lhe um grande beijo. Os olhos se encontraram para todo o sempre.
Chica sentiu-se feliz aconchegada naquele colo. Mais feliz ficou ao receber uns biscoitos feitos para cachorros. Depois se deitou ao lado da moça e esquentou seu corpo triste até ela dormir. Os outros cachorros se aninharam ao lado e foi um sonho só. De manhã cedinho Chica acordou em sua caixa forrada de cobertores. Encontrou um dos biscoitos que estava roído em forma de coração. Deu de focinho com o Teco, o cachorrinho malhado da matilha. Tuca se apresentou – o seu focinho já não estava antipático – como uma grande amiga e portadora da lista de nomes e endereços que era o pagamento para Chica. Os olhos da cadelinha brilharam de contentamento, mas ao verem os do Teco ... ponderou! Tila puxou sua pata convidando-a para brincar. Aí a moça veio sorridente ao seu encontro e alisando seu pêlo foi avisando que iriam ao veterinário tomar vacinas e vermífugos. Chica sentiu medo e apertando com a pata a tal lista percebeu que essa era a sua chance de escapar. Tata apareceu e lhe garantiu que a missão fora cumprida. Agora o tempo faria o resto. Para Chica escapar bastava aproveitar-se da entrada no carro na hora de ir ao veterinário e correr muito. Ninguém a pegaria. Ela tinha um tempinho para decorar a tal lista e partir em busca do seu sonho.
Passou parte do tempo lembrando de toda a sua curta vida e no tanto que recebera nas últimas horas. Pela primeira vez não sentira frio e fome, fora acarinhada e realmente querida. Sabia que fora parte decisiva no início da dura recuperação do casal, principalmente da moça. Fizera parte de uma missão importante. Participara! Encheu-se de orgulho e olhando a lista começou a achar que era muita cadelinha para aqueles simples plebeus. Será? Hum! Chegou a hora de ir ao veterinário e Tata lhe desejou boa sorte. Mas o olhar triste do Teco causou um desconforto em Chica. Pensando bem, ele muito mais bonito que muitos daqueles cachorros da lista. Ela não os via, mas podia sentir isso. Também havia a alegria da Tila para ser considerada. Onde encontraria alguém que lhe lambesse tão bem dentro das orelhas?
Entrou no carro. A moça deixou a porta semi-aberta. Era sua chance. Pensou que poderia tomar a vacina e depois ir. Isso era importante para sua saúde. Chegou ao veterinário e ele lhe examinou de cima para baixo, apertou tudo, fuçou tudo e deu seu diagnóstico: boa alimentação, sol, vacinas, vermífugos, anti-pulgas e um bom banho. Aquele “banho” não soou bem, mas o restou sim. Ganhou um grande afago da moça que disse ao veterinário ser Chica um grande presente que recebera da natureza, um ser especial, linda e querida por toda a matilha. Recebia o nome de Chiquinha e então seria a mais nova filha do casal apaixonado por cachorros. Chica se espantou porque ela já chamava Chica. Como então ....? Coisas da vida. Ganhou uma medalha com seu nome gravado, bem como o endereço do apartamento e telefone de lá. Jamais ficaria sem tutores. Jamais. Isso caiu no coração da Chica como um agasalho nas noites de frio. Entrou no carro e se acertou no banco traseiro entre as almofadas. Quando viu a Tata pediu-lhe o favor de desfazer aquele favor. Queria ficar lá. Podia? O sorriso da cadelona foi claro e preciso e antes dela ir para seus afazeres como anjo da guarda recebeu um pedido: interceder junto ao Teco a seu favor. Os filhotes seriam lindos, ela não achava?
Com o passar do tempo outros cachorros entraram e saíram da matilha. Chica ajudou a todos eles e continua ajudando, tornou-se contadora de histórias. Nunca pensou ir embora e aquela lista de príncipes encantados caninos virou uma bolinha de brinquedo para um filhotinho que foi abandonado na porta do apartamento dos tutores da Chica. É o Pingo, mas essa é uma outra história. A nossa é de que nenhum animal morre; ele fica é transparente! O tempo faz com que a gente aprenda a vê-los.

Marly Spacachieri
transcrito@yahoo.com.br