terça-feira, 30 de junho de 2009

BIM - UM CASO, UM ACASO, UM CÃO




Ele me procura todas as vezes que sente falta de alguma coisa. Vem de mansinho, sorrateiro, silencioso. Fica quieto, me olhando, esperando. Aguarda – olhando fixamente – porque tem a certeza que vai ganhar o que pretende. E eu fico na espreita pensando no que será que ele quer. Pode ser um osso, um pentear no pêlo, um afago ou mesmo uma bolinha de papel para mastigar. Mas, tem dias em que ele apenas quer ficar perto. Chega, deita e se aninha. Coloco o som ameno. Eu trabalho e ele dorme. Acorda depois de horas, come meu pedaço de queijo, estica-se todo, levanta o focinho e sai da sala, todo feliz, abanando sua cauda para quem o encontre pelos corredores. Desce a rampa correndo, às vezes latindo, assustando uns pouquíssimos transeuntes. Deita-se no meio do saguão. Passo e me despeço. Vai comigo até o carro, lambe minhas mãos e volta para perto dos vigilantes do prédio. Esse é o nosso Bim, um cão SRD que foi abandonado no campus da USP – capital – em 11 de setembro de 2001 e que hoje é nosso cão-propaganda. A Lua morre de ciumes dele.

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