sábado, 22 de agosto de 2009

CASO MUUUUITO SÉRIO

A Lua pede a todos que vejam este vídeo.
http://www.youtube.com/watch?v=2DR6XqBKkSM

Vale a pena



O CASO DA CEBOLA

Esta história,contada pela nossa Jujuba, uma cadela doce, foi inspirada num cachorrinho muito especial chamado Falafel*, pertencente a Mara Kanczuk. Ele sabe porquê!

Juão sempre teve uma preocupação com nomes, mais precisamente com os originais, aqueles que podem ser interpretados. Trauma do seu? Talvez! Juão se ressentia - e muito - desse "u" indevido, fruto da má vontade do escrivão que não orientou seu pai na hora do registro civil. O de sua irmã era sim um nome bonito e diferente! Madeusa soara poético até se saber que havia sido tirado dos carimbos existentes nas caixas das quinquilharias que o chefe do pai recebia do estrangeiro: Made in Usa! O irmão de Juão, esse sim, tinha um nome bonito: Raiuvaque, que os amigos chamavam de Raiú.

Foi nesse clima de letras que Juão cresceu e se firmou. Aprendeu que primeiro é preciso saber o nome e depois conhecer a pessoa. Namorou algumas garotas, mas não conseguia ficar com nenhuma. Era só perguntarem o nome dele para o romance acabar. Os amigos, sabedores da encrenca, procuravam por meninas de nomes exóticos para que Juão pudesse namorar. Nada. O máximo que acontecia era uma junção de nomes de pai com a mãe. Foi o caso da Pedélia, cujo pai chamava-se Pedro e a mãe, Adélia. Juão ficou com coceiras só de pensar, mas os amigos argumentaram que podiam ter uma filha que se chamaria Julia, Juão com Pedélia. Não adiantou.

Quando Felipe, seu amigo mais próximo, deu-lhe um cachorro de presente, batizou-o como Palmito. Palmito? Sim! E ponto final, que o cachorro é dele.... Palmito veio para transformar a vida de Juão, pois através dele conheceu Ricaura e a Alface.

- Quem? Ricaura? Meu Santo Deus...! - gritaram os amigos.

Sim, Ricaura, filha do Sr.Ricarmárcio e Dona Marilaura. Irmã de Marimárcia e do Marciomar. Uma família de peso no nome e, de tal jeito que Juão ficou com medo de ser diferente só por ter um único "u" no nome. E se Ricaura não achasse o nome dele charmoso? Bem que poderia ter um nome como daqueles antigos e que estão registrados no cartório? Lembrou-se do Sr.Colapso Cardíaco da Silva, da Dona Graciosa Rodela, do Calendário Gregoriano da Costa ... e outros tantos. Contudo Ricaura mostrou-se avessa aos preconceitos e apaixonou-se pelo Juão.

E o Palmito pela Alface, uma cadelinha linda, novinha e fofa.

Os humanos casaram-se. No primeiro ano veio a primeira filha: Jurica, sem acento mesmo! Apelidada de Juju, tornou-se a luz da vida do casal. No segundo ano veio o filho: Ricão. E no terceiro ano, finalmente Alface deu a luz para 4 filhotes, todos a cara do pai e o pêlo da mãe. Exultante com o aumento da família, Juão procurou os amigos para juntos comemorarem.
E cerveja desce... sai prato de batatas fritas... pede uma lingüiça no capricho... risos... até que alguém se lembrou de perguntar os nomes dos filhotes. Juão perdeu o sorriso e pousando a cerveja na mesa olhou para todos - lágrimas nos olhos. Todos aflitos pensando em desgraças.... Juão respirando fundo, fungando mesmo. Puxa vida! Coisa brava vem aí... tragédia... serão defeituosos? Serão feios? Ora! E tem cachorro feio? Imagine! Morreu algum? Não! Ué? Pediu-se um gim que Juão jogou goela abaixo. Parado, fitando o nada, olhos envesgando para a ponta do nariz e a turma nervosa. Música do rádio abaixada! Copos sendo apertados... De repente um grita:

- Desembucha, desgraçado!
Juão tenta falar entre soluços. Acalma-se

- Palmito é como se fosse meu filho. Alface é a melhor cadela que ele poderia querer. E a cria foi linda, mas nasceram só 4 machos e nenhuma fêmea.

Um grito de "mas que bobagem..." saiu da boca de Felipe.
E uma confusão se formou. Todos queriam ver a tragédia que Juão falara, mas cadê a danada? Juão, nervoso com os amigos, levantou-se jogou o dinheiro sobre a mesa ao mesmo tempo que berrou:

- Ignorantes! Eu não posso ficar num bando de ignorantes! - Saiu em seguida, deixando todos espantadíssimos.

Felipe seguiu e foi encontrá-lo sentado na praça.

- Mas o que está havendo? Que diabos deu em você? - perguntou Felipe.
- Você não entendeu? - disse Juão.
- Claro que não - disse Felipe - há algo pra ser entendido?
- Pôxa! É tudo tão simples, tão claro! Veja você: Palmito e Alface tiveram 4 filhotes que batizamos de Vinagre, Sal, Óleo e Orégano.
- E daí? - pergunta Felipe.
- E daí? Não nasceu a Cebola! Você já viu Palmito, Alface, Vinagre, Sal, Óleo e Orégano sem Cebola? Viu? Não! E nem vai ter! O veterinário fez a tal esterilização na Alface. Nunca mais vamos poder ter a Cebola! Nunca mais!

* FALAFEL (pronuncia-se Faláfel) é o nome de um sanduíche árabe feito no pão sírio com humos, tehina, berinjela, tomate, pepino, repolho, batata frita, bolinhos de grão-de-bico com ervas e CEBOLA! Sem a cebola não é Falafel, certo?

sábado, 8 de agosto de 2009


COF
COF
COF.......

A Lua não fuma, porém, algumas pessoas querem que ela fume.


Pode isso?
Como é isso?
O que é isso?


A Lua sempre lê jornais. Um deles trouxe uma matéria sobre uma pesquisa feita pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, o famoso HOVET, de onde a Lua tem carteirinha de frequentadora assídua por conta das peraltices que faz. Essa pesquisa foi feita visando entender até que ponto o tabaco utilizado pelos proprietários de animais em seus cigarros causam danos nos seres de quatro patas. A Lua ficou interessada porque tem algumas amigas e amigos cujos tutores fumam.

- Ah! Eu bem que desconfiava que isso é errado, disse Lua para o jornal.

Ele respondeu por escrito, como é próprio dos jornais.

Lua foi lendo e aprendendo que existem cachorros, cujos tutores fumam, que sofrem de um tipo de tosse de fumante. Pode isso? Cachorro não fuma. Gato não fuma. Então ...???? Disse um dos pesquisadores que a equipe do Hovet começou a perceber que muitos cães com tosse tinham donos fumantes. A dra.Denise Saretta Schwartz, que já atendeu a Lua e seus irmãos, diz que esses animais ficam mais expostos à terem tosses de fumante passivo.
- Pelos pães de queijo sagrados!!!! gritou a Lua

Lua ficou preocupadíssima. A Jade, aquela sua vizinha gata manhosa, vive num ambiente assim. Precisava conversar com ela, portanto, melhor seria se entendesse mais do assunto. Tomou conhecimento que os cães tornam-se fumantes passivos e, com isso, podem desenvolver bronquites, asma, crise alérgica e câncer no pulmão. Este último é fatal em 100% dos casos.

- Creeeeedo, disse a Lua.

Decidiu subir num banquinho, porque ela é pequenina, e chamar todos os focinhos da região para uma assembléia. Foram chegando os cachorros grandes, médios e os pequenos, os gatos, os passarinhos e até bichos que ela não conhecia. Resolveram ficar perto do aquário para que os peixes pudessem participar.

Lua contou tudo o que leu. Os bichos ficaram apavorados. Uns pensaram em fazer xixi nos maços de cigarros, mas os donos comprariam outros e o bicho pagaria a culpa. E se enterrassem?, sugeriram os gatos. Os donos comprariam outros. Que inferno! O melhor seria fazer xixi na carteira de dinheiro do dono e enterrá-la! Nem isso! Os humanos têm cartões de crédito e cheques. Sem saída!

Lua explicou que basta um cigarrinho à-toa para estragar o sistema respiratório animal. Não tem cura. Que coisa!

Um gato persa, rico, daqueles que comem salmão, voltou de viagem do Estados Unidos. Lá é proibido fumar nos zoológicos. Tem alguns estados que proibem cigarros acesos em parques, praças e jardins, tudo visando proteger a vida animal desses locais. Bicho norte-americano é mais feliz!!!!
Um pato que passava por perto quis botar seu bico na conversa. Perguntou:
- Se faz tanto mal, porque os humanos fumam? Não entendo!
- Não entende porque é pato. Isso é coisa de humano, respondeu Tarta, a tartatuga sábia que a Lua conhece.
- Mas tia Tarta, perguntou o pardal, - se eles vão morrer por causa disso .... ????
- Vão nos matar junto!!! latiu fortemente o Bulteco, o pit da casa 5.
- O que faremos?, perguntou uma galinha, apavorada porque vira a cozinheira colocando a água para ferver! Escaparia? Da panela pra cair no cigarro? Que vida penosa!!!!

Os animais, liderados pela Lua, ponderaram, pensaram e se cansaram. Depois de horas de debates concluíram que estavam nas mãos dos humanos. Só eles podem resolver a contenda.
A Lua propôs montar uma associação de proteção ao pulmão animal – APPA e estabelecer uma multa: cada cigarro aceso pelo dono, uma mordida nele pelos cachorros, uma arranhadona pelos gatos e bicadas de montão por todos os bicudos. Se os humanos querem fumar que o façam longe dos focinhos.
Foi aplaudida por patas, bicos e até guelras. Só falta agora que os humanos entendam que não são os donos do planeta e que tudo e todos os demais devem ser respeitados.


Marly Spacachieri
transcrito@yahoo.com.br
agosto/2009