
- "É seu?"
Respondi que não, mas que se continuasse solto fatalmente iria morrer atropelado. Era um filhotinho de poodle lindo. Ela me olhou e disse:
- "E agora? o que a gente faz?"
Decidimos tocar a campainha. Fomos atendidas por uma senhora muito simpática que ao ouvir a história imediatamente nos mandou entrar e procurar o cãozinho. Magno e a polícia chegaram. O espetáculo estava montado porque o cachorrinho não deixava ninguém se aproximar, ameaçando fugir dali. Melhor não correr riscos! Mas notamos que ele estava machucado, pois havia sangue em seu pêlo. De repente, saído não se sabe da onde surgiu um indivíduo dizendo-se o dono do cachorro e que iria retirá-lo. A senhora perguntou o nome do cachorro e o rapaz se atrapalhou todo. Ela alegou que ele não era o dono coisa nenhuma e que não o deixaria entrar. A viatura policial chamou a atenção das pessoas que foram se aproximando. O indivíduo tentou "forçar" sua entrada, ato reprimido pela policial que educadamente o lembrou que a casa era daquela senhora. O homem olhou a policial de cima a baixo e com um sorrisinho disse
- "Veremos!".
Nesse momento ouvimos um sonoro:
- "Peço reforço, tenente?"
Era o motorista da viatura, modelo armário com maleiro e tudo! Sorrindo, a policial disse:
- "Ainda não, mas fique atento!"
Mas não havia jeito de chegar perto do filhote. Ele tremia e chorava baixinho. Estava exausto. A senhora ligou para o veterinário que se dispôs a vir imediatamente. Contudo apareceram dois rapazes, muito bem vestidos, numa Ranger, óculos escuros, e tal e coisa .... e se dizendo donos do cachorrinho. Mesma pergunta:
- "Qual o nome?"
- "Bob", respondeu prontamente um deles.
E o tal de Bob sequer lhe deu atenção. A policial pigarreou, olhou para os dois e disse:
- "Vamos falando a verdade".
O rapaz ia falar algo quando o nosso amigo armário veio com mais um
- "Posso chamar reforço, tenente? "
A policial olhou, pensou e disse:
- "Chame o Corpo de Bombeiros, pois eles são os melhores nisso".
Gente, parecia que todas as pulgas do mundo tinham pulado nos dois jovens garotões. Não havia frontline para combater aquilo. Ficaram brancos, verdes, amarelos e quando iam azular.... suspiraram e disseram:
- "Não, por favor, bombeiro não! A gente conta tudo".
Explicaram que eram donos de uma loja de banho e tosa e que o cachorrinho havia escapado de lá. Pois bem! O danadinho fugiu porque levou "uns tapinhas" para ficar quieto. Estávamos a pelo menos 1 quilômetro da tal loja. Eles queriam pegá-lo e devolvê-lo a dona, e tudo terminaria bem. A policial pensou, olhou para eles e disse:
- "Chame a dona do cachorro aqui".
- "Ah, mas não dá!"
- "Não? Jorjão, chame os bombeiros!"
Imediatamente, saído do nada surgiu um celular já sendo discado para a dona.Em menos de 15 minutos encostou um carro e desceu uma moça gritando feito louca:
- "Floc, onde está o meu Floc?"
E a bolinha peluda, mancando um pouquinho, saiu daquele esconderijo e pulou no colo dela. A moça ficou como louca. Era amiga dos rapazes e entregara o Floc aos seus cuidados. Não pensou duas vezes e jogou a bolsa em cima deles. Jorjão entrou e apartou a briga. Nesse instante chegou o veterinário amigo da senhora que examinou o cachorrinho. Sugeriu um exame mais apurado, mas pelo que via tratava-se de um pequeno corte apenas. Suspiros de alívio.Bom, missão cumprida, trocamos telefones, tomamos um cafezinho e cada um seguiu para o seu lugar. O cliente nosso? Sabe que o danado ficou retido num congestionamento por mais de duas horas (carga tombada na marginal) e chegamos juntos. Fechamos o negócio. Cachorro é tudo de bom!
Marly Spacachieri
transcrito@yahoo.com.br
Que história!
ResponderExcluirRealmente dá um alivio na alma quando conseguimos salvar um animalzinho. Eu carrego esse alívio na alma por diversos salvamentos já realizados. Não tem preço.
Abraços,
Fernanda
Não acredito que o pessoal do pet bateu no cachorrinho! eu registraria queixa. amigo ou não amigo, meus amigos não batem nos meus filhos.
ResponderExcluirLiiindo !!! Show de bola, pelos e patas :-)
ResponderExcluirSó acho que deveriam postar o nome da loja, sim.
Beijos.